10.20.2017

Vontade de comer não é fome!


Nutrólogo explica os perigos de uma má alimentação e a participação da gula em suas emoções

Se exceder na quantidade de comida e de bebida pode provocar um prazer enorme, por outro lado, traz consequências não tão agradáveis à saúde e bem-estar do nosso corpo, como o sobrepeso, obesidade e até a bulimia. Mas por que será que é tão difícil dizer não às tentações gastronômicas da geladeira, das padarias, restaurantes, supermercados e das ruas?
 “a gula é de origem emocional, desencadeada principalmente por decepções. É como se a pessoa descontasse a sua frustração nos alimentos", explica o nutrólogo.
No caso da anorexia e bulimia, a gula pode ser responsável por desencadear os dois problemas, já que nesses casos o paciente passa a estabelecer uma relação deturpada com os alimentos em função de aspectos emocionais. "Ambas podem se manifestar quando a pessoa engorda demais em razão desta gulodice e para de comer ou rejeita os alimentos numa tentativa de perder peso", pontua o especialista.
“Fome é quando o corpo precisa do alimento para manter suas funções vitais. Gula é aquela vontade incontrolável de devorar um bombom ou comer um croissant, mesmo estando de barriga cheia”, ressalta. Esses deslizes, quando frequentes, têm o poder de atrasar o emagrecimento.
Quando o indivíduo come, o cérebro recebe uma carga de dopamina, hormônio responsável pelo prazer. “Ao olhar o alimento, fica com vontade de degustá-lo, porque o cérebro lembra-se do prazer que sente quando esta comida é consumida e aparece a vontade de comer determinado prato”.
Dr. Máximo Asinelli
 
Médica explica o ciclo fisiológico da alimentação e o perigo da fome emocional
Médica explica o ciclo fisiológico da alimentação e o perigo da fome emocional
MARMITA - Três conceitos podem diferenciar a fome da vontade de comer: quantidade, qualidade e programação. A quantidade está relacionada com a saciedade, o quanto de comida vai satisfazer, então preste atenção aos sinais do corpo e coma de forma consciente. Para comer menos, a qualidade tem que ser boa, porque os alimentos de verdade dão mais saciedade que os industrializados. Por isso, quanto mais alimentos naturais, mais saciedade e menos comida.
 Se programe ao pensar na alimentação: quando entrar em um restaurante por quilo, olhe todo o buffet antes de fazer o prato, prepare cardápios para a sua semana e faça as compras de forma consciente. 

Saiba diferenciar o que é fome do que é vontade de comer e emagreça

Pode parecer a mesma coisa, mas tem diferença!



Tá chegando a hora do almoço e bate aquela vontade de comer um prato com arroz, feijão, carne e vegetais. Você almoça e dali algumas horas, no meio da tarde, vem aquele desejo de abrir um chocolate, certo? Já reparou que, para cada situação, o alimento que queremos é diferente? É por isso que precisamos separar o que é fome do que é vontade de comer. E não, nem sempre elas caminham juntas, como diz o ditado.

Definimos fome, como a sensação física que ocorre pela necessidade urgente de comida. Ela resulta de uma série de estímulos, como a sensação de estômago vazio e também da presença de alguns hormônios, como a grelina, produzida pelo estômago e que age no cérebro, disparando a sensação de fome. 

Já a vontade de comer vem de um mecanismo um pouco diferente. Ela está diretamente ligada aos mecanismos de recompensa cerebral. Um bom exemplo é o dos chocólatras, que ao ingerirem o tão amado doce ativam os centros de recompensa cerebrais relacionados ao prazer.

Reprodução / giphy

Estes centros de recompensa agem quando recebem um alimento rico em açúcar ou em gordura, como se estivessem recebendo uma droga. Liberam-se hormônios de bem estar, como a serotonina e a dopamina, que acabam amplificando a vontade de comer.
Pois é, o maior problema da vontade de comer é quando este comportamento leva à ingestão de excesso de calorias, o que leva ao ganho de peso. Essa vontade incontrolável de comer alimentos ricos em açúcar ou em gordura em diversos horários do dia – nem sempre os da refeição – muitas vezes aumenta muito a quantidade de calorias ingeridas. Por sua vez, a fome em excesso também pode desequilibrar o balanço energético, levando a um consumo de calorias maior que o gasto. Por isso, saber diferenciar quando é fome ou só desejo é essencial quando pensamos em corrigir nossos hábitos alimentares para perder peso. Lembre-se: é diferente uma pessoa que tem excesso de fome de outra em que predomina a vontade de comer. 
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Se o seu caso, no entanto, for uma fome avassaladora, é preciso reestruturar suas refeições. Geralmente, há uma uma tendência de que o volume de alimentos no almoço e no jantar seja maior, porque não há lanches nos intervalos entre as refeições, o que leva a pessoa a ficar com mais fome por ficar longos períodos sem comer. A solução aqui é introduzir snacks e avaliar a quantidade dos alimentos ingeridos. 
Agora, se o padrão alimentar é mais ligado à vontade de comer, geralmente o hábito é o de beliscar o dia todo. A primeira medida é regularizar o intervalo entre as refeições e introduzir fibras na alimentação. Outra boa alternativa é trocar o açúcar por alimentos menos calóricos, como as frutas, quando a vontade de comer doce aparecer. Além disso, em alguns casos, é preciso avaliar se há necessidade de introduzir tratamento psicológico, pois muitas vezes o hábito de exagerar nos doces pode estar associado à ansiedade ou compulsão.
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Temos muitos hábitos: hora de dormir, hora de acordar, jeito de pentear o cabelo, maneira de escovar os dentes, e também, o hábito alimentar. Identificando os padrões e a sua relação com a comida, você consegue fazer uma reeducação alimentar de verdade e perder peso com saúde, tá? 

 Leia também: Por que algumas pessoas perdem peso mais fácil do que outras?

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