Vera Fischer esbanja beleza e vitalidade e fala dos prós e contras de envelhecer
Atriz brinca ao dizer que já nasceu com um kit de sobrevivência na selva, adianta que foi convidada para viver Hebe em nova série da Globo e afirma ter uma trajetória rica e digna: 'Nunca tive turminhas'
Rio
- Linda, loura e esbanjando simpatia. Vera Fisher comemora 45 anos de
carreira em 2017. Só de Rede Globo são 40. Produzindo e protagonizando
'O Doce Pássaro da Juventude', de Tennessee Williams, a 'deusa' recebeu
nossa equipe depois de um dia intenso no Teatro Carlos Gomes, onde está
em cartaz até 26 de novembro, com uma energia impressionante. "Faço 66
anos em novembro (dia 27). Mas não saio dos 7, 14 anos de idade. Sou
muito criançona. E ao mesmo tempo, muito durona quando precisa ser",
revela. Dirigida por Gilberto Gawronski, ao lado de Pierre Baitelli e
grande elenco, Vera interpreta Alexandra Del Lago, uma atriz ególatra,
talentosa e manipuladora. "Ela é uma experiente artista, que se olha no
espelho e enxerga uma velha fracassada. Acaba conhecendo um homem mais
novo, que deseja poder e sucesso", detalha. Durante as fotos de Vera
para esta edição, Gawronski deixa escapar: "Olha isso, ela é ótima. Tem
uma luz, borogodó. Ninguém é mito por acaso".
Intérprete das inesquecíveis Jocasta, de 'Mandala', e de uma das Helenas de Manoel Carlos, Vera não gosta de eleger um único papel. "Mas se tivesse que fazer, escolheria a Helena. A Jocasta foi incrível, mas perigosa porque me apaixonei pelo Édipo (Felipe Camargo), e ele por mim. E não satisfeitos, tivemos um filho. Isso é uma transgressão grega. Os gregos não perdoavam, e eu tive um filho do Édipo. E ele é exatamente como gostaria, um rapaz como eu, sagitário, tranquilo, inteligente, bom", diz aos risos, referindo-se a Gabriel, de 24 anos, seu filho com Felipe. Ela também é mãe de Rafaela, do casamento com Perry Salles.
Bem-humorada, a loura diz que está solteira. "O coração está tranquilo. Gosto tanto, tanto de mim. Gosto mais de mim do que tudo".
TEATRO
A atriz
começou a fazer teatro em 1984, e é no palco que ela sente plenitude
atualmente. "Hoje no ensaio chorei. O teatro tem isso. Me encanta saber
que tem gente ali ao vivo. Fico orgulhosa de, na atual circunstância do
país, fazer uma peça como essa, com tantos atores em cena. Eu não
suporto trabalhar sozinha no palco. Sou de contracenar. Os atores me
emocionam", entrega. "Quero só trabalhar como atriz. Por enquanto, ando
me dando melhor no palco mesmo. A maioria das pessoas da minha idade não
tem mais saco, não tem pique para turnê. Tenho uma energia alemã muito
forte, que me leva. Às vezes, dói o joelho, eu trato. Já nasci com o kit
de sobrevivência na selva", brinca.
ENVELHECER
Vera
está encantada com sua personagem. Durante a entrevista, cita alguns
trechos do texto e elege o que mais gosta. "Não é que estou velha, só
não estou mais jovem", diz a personagem. "Esta frase é maravilhosa, diz
muito. Esse texto é lindo". Para a atriz, envelhecer tem mais ganhos do
que perdas. "O melhor é a sabedoria, o conhecimento que você adquire.
Poder ter lido livros a vida toda, visto filmes, pintura, arte moderna,
poesia", reflete. "Olha, o pior são as dores que começam a aparecer
quando você faz muito esforço. Mas se você se trata com médico
direitinho, dá pra levar".
CARREIRA
Quando
fala do caminho até aqui Vera ilumina o par de olhos azuis. "O saldo é
de uma vida muito corajosa. Larguei tudo e vim, fiz minha vida sozinha.
Sempre gastei dinheiro do meu trabalho. Nunca ninguém me deu nada.
Tentaram, na época de miss. Achavam que miss era puta. Mas eu mandava
tudo de volta", confidencia. "Tenho uma trajetória rica e digna. Nunca
pedi nada pra ninguém e nunca ninguém me deu nada. Nunca tive
turminhas".
Sobre a volta às produções da Globo, já
existe um namoro. "Se não estavam me chamando, quem perde são eles. Sou
contratada. Fui chamada para fazer uma série, querem que faça a Hebe
Camargo. Adorava a Hebe. É sobre aquele médico que foi condenado. Parece
que ele foi amigo dela antes de tudo", conta a atriz, sem entrar em
detalhes sobre 'Assédio', série que vai contar a história do ex-médico
Roger Abdelmassih, condenado por estuprar 37 pacientes.
BONS PAPÉIS
Afastada
da TV desde 2012, ela reconhece que fez bons papéis nas produções da
Globo. "Fiz coisas incríveis. Mas não foi sorte que tive nas escalações.
Estava pronta", garante. "Quando o Wolf (Maya) me chamou pra fazer a
Ana de Assis (na série 'Desejo'), ele disse: 'Mas ela tem olho preto,
cabelo escuro'. E respondi: 'Fico linda de lente escura e cabelo preto'.
E ele disse que era meu", lembra. "Em 'Riacho Doce', o Paulo Ubiratan
(diretor) disse que fez vários testes com mocinhas louras e de olhos
azuis, para viver a sueca. Mas achou que devia ser meu".Intérprete das inesquecíveis Jocasta, de 'Mandala', e de uma das Helenas de Manoel Carlos, Vera não gosta de eleger um único papel. "Mas se tivesse que fazer, escolheria a Helena. A Jocasta foi incrível, mas perigosa porque me apaixonei pelo Édipo (Felipe Camargo), e ele por mim. E não satisfeitos, tivemos um filho. Isso é uma transgressão grega. Os gregos não perdoavam, e eu tive um filho do Édipo. E ele é exatamente como gostaria, um rapaz como eu, sagitário, tranquilo, inteligente, bom", diz aos risos, referindo-se a Gabriel, de 24 anos, seu filho com Felipe. Ela também é mãe de Rafaela, do casamento com Perry Salles.
Bem-humorada, a loura diz que está solteira. "O coração está tranquilo. Gosto tanto, tanto de mim. Gosto mais de mim do que tudo".
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