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4.02.2009
Hipo, Hiperglicemia e Diabetes
Taxas anormais de glicemia causam mais complicações no organismo do que normalmente se pensa. Tanto os pacientes de hipoglicemia (baixo teor de açúcar no sangue) como hiperglicemia (alta taxa de no sangue) devem ter atenção redobrada, pois alguns medicamentos podem provocar efeitos colaterais que invertem drasticamente a quantidade da substância no organismo.
A reação hipoglicêmica consiste na sensação de fome aguda, dificuldade para raciocinar, cansaço, sudorese exagerada, tremores finos ou grosseiros de extremidades, visão dupla e confusão. Em casos mais graves, o distúrbio pode levar à coma (coma hipoglicêmico) e óbito. Quando o paciente estiver inconsciente, o tratamento correto é encaminhá-lo para um hospital onde se pode injetar glucagon – hormônio que faz aumenta a glicose no sangue. As principais causas estão intimamente ligadas ao uso de medicamentos como insulina e anti-diabéticos, uso de álcool, tumores produtores de insulina, síndrome genética, insuficiência hepática ou renal, deficiência de hormônios contra-reguladores (GH, adrenalina, glucagon e cortisol) e anorexia nervosa. Os métodos mais eficazes contra a hipoglicemia são: alimentar-se corretamente quando forem feitos exercícios físicos; consumir lanches antes de dormir, no caso de hipoglicemia noturna; e evitar o uso de álcool, principalmente em jejum.
Os sintomas da hiperglicemia são excesso de sede e urina, emagrecimento e fome constante, cansaço, pele seca, dor de cabeça, vômitos, dificuldades respiratória e hálito de maçã. A principal causa é uma disfunção do pâncreas por ausência, diminuição ou ação inadequada da insulina, o hormônio responsável pela manutenção dos níveis de glicose no sangue. Apesar de cada caso merecer uma análise individual, a hiperglicemia pode ser evitada seguindo um rígido controle do açúcar no sangue, ou seja, adotando uma alimentação fracionada e balanceada, além de praticar exercícios físicos regulares. Dependendo do quadro, o médico pode indicar uma insulinoterapia e as medicações orais para controlar a taxa glicêmica.
Em ambos os casos, o paciente deve tratar dos distúrbios com a seriedade que merecem, pois os níveis anormais de glicemia afetam inúmeras reações orgânicas e o funcionamento de muitos órgãos vitais, como o cérebro. Medidas por meio do exame sanguíneo e glicosímetro, as taxas glicêmicas devem ser verificadas quando possível para evitar os transtornos orgânicos em virtude da variação dessa substância vital.
Fonte: Saúde e beleza
O que é a Diabetes?
A Diabetes é uma grave condição de saúde que atinge de 150 milhões de pessoas em todo o Mundo e estima-se que este número duplique no ano 2025.
A Diabetes mellitus caracteriza-se por uma produção de insulina ausente ou insuficiente ou, ainda, por uma resistência do organismo à sua acção. A insulina produzida no pâncreas é responsável pelo metabolismo dos nutrientes, em particular do açúcar (glicose). A insulina promove o transporte da glicose presente na circulação sanguínea para o interior das células para que seja utilizada. Assim, sem a acção da insulina a glicose permanece na corrente sanguínea em altos níveis (hiperglicemia).
A adopção de um estilo de vida saudável é a forma mais eficaz quer na prevenção quer no tratamento da Diabetes. Tenha uma alimentação equilibrada e pratique exercício físico regularmente.
Tipos de Diabetes
Existem 3 tipos de Diabetes: Tipo 1, Tipo 2 e Diabetes Gestacional.
Diabetes tipo 1
A Diabetes tipo 1 é a menos comum, representando cerca de 10% dos casos. Desenvolve-se maioritariamente em crianças ou jovens, mas pode também aparecer em adultos e até em idosos. Devido a causas ainda pouco esclarecidas, o organismo destrói as próprias células do pâncreas produtoras de insulina. Como não produzem insulina, estes diabéticos seguem um plano diário de injecções de insulina para controlar os níveis de açúcar do sangue (glicemia).
Diabetes tipo 2
A Diabetes tipo 2 é a mais comum e representa cerca de 90% da população mundial de diabéticos. Ocorre normalmente em pessoas com mais de 40 anos e está mais associada a indivíduos com excesso de peso. Apesar do pâncreas produzir insulina, o organismo é incapaz de reagir à sua acção (insulino-resistência). Isto obriga o pâncreas a um esforço maior até que a capacidade de produção é ultrapassada e surge a Diabetes.
O tratamento passa pela adopção de um estilo de vida saudável. Além disso, poderá haver a necessidade de recorrer à medicação com anti-diabéticos orais e, se necessário, a injecções de insulina.
Diabetes Gestacional
A alteração do estado hormonal durante a gravidez pode provocar uma resistência à insulina, situação que atinge cerca de 2% das grávidas. A grávida necessita de cuidados especiais mas, geralmente, esta condição resolve-se por si depois do nascimento. Contudo, sofrer de Diabetes gestacional durante a gravidez aumenta o risco de sofrer de Diabetes Tipo 2 mais tarde.
Como prevenir-se
Conheça os principais factores que poderão aumentar o risco de sofrer de Diabetes:
Ter familiares próximos com Diabetes
Excesso de peso ou obesidade, especialmente na zona abdominal
Tensão arterial elevada
Níveis elevados de colesterol no sangue
Estilo de vida sedentário
Os sintomas
Os principais sintomas da Diabetes são:
Urinar frequentemente e em grande quantidade – Poliúria
Sede constante – Polidípsia
Fome constante e difícil de saciar - Polifagia
Perda de peso acentuada
Sensação de boca seca – Xerostomia
Fadiga
Comichão (prurido) no corpo
Visão turva
No caso da Diabetes tipo 2, é habitual não ocorrerem sintomas e a Diabetes não é diagnosticada. Esta condição pode evoluir e o diagnóstico é feito numa fase avançada, quando a glicemia é já bastante elevada e tendo já provocado alguns danos.
Estes ou outros sintomas terão que ser avaliados pelo seu médico para comprovar o diagnóstico, nomeadamente através da medição da glicemia.
Possíveis complicações
A hiperglicemia pode provocar alterações hormonais e nas células, que danificam os vasos sanguíneos e/ou os nervos. Os vasos sanguíneos danificados aumentam o risco de sofrer de doença cardiovascular. Além disso, os danos nos vasos sanguíneos mais pequenos podem provocar problemas de visão (retinopatia), nos rins (nefropatia) e nos nervos (neuropatia).
O “pé diabético” é um problema de saúde comum na Diabetes, quando a glicemia não é controlada. É provocado por danos nos vasos sanguíneos e nervos, levando a danos graves nos pés.
Uma alimentação saudável e a prática regular de exercício físico ajuda a controlar a glicemia e pode atenuar ou mesmo prevenir o aparecimento dos problemas de saúde associados à Diabetes. A utilização de um calçado adequado é também aconselhada para prevenir o “pé diabético”. Consulte o seu médico para estabelecer uma estratégia de tratamento adequada ao seu caso.
Atenção à glicemia
Manter a glicemia dentro dos valores recomendados é a forma mais eficaz de prevenir complicações associadas à Diabetes.
A Associação Americana de Diabetes recomenda que a hemoglobina A1c (HbA1c) seja inferior a 7 %. A HbA1c indica como a glicemia se tem mantido ao longo de 2 a 3 meses. Quanto mais baixa for a HbA1c menor será o risco de complicações.
A glicemia pode baixar para níveis demasiado baixos (hipoglicemia) se:
o tratamento com medicação ou insulina não for adequado
estiver em jejum durante demasiado tempo
ingerir bebidas alcoólicas em excesso.
Nestes casos, poderá sentir fraqueza e tonturas, ficar pálido e com visão turva. Deverá consumir alguns alimentos, nomeadamente 1 pacote de açúcar ou uma bebida açucarada seguido de um pequeno lanche. Informe o seu médico para que possam delinear um plano de tratamento mais adaptado às suas necessidades.
Conselhos
Não existe nenhuma dieta especial para a Diabetes! O diabético deve seguir uma alimentação saudável, em tudo semelhante à recomendada para a restante população. Siga os nossos conselhos que o ajudam a manter uma glicemia estável, a prevenir ou atenuar as complicações associadas à Diabetes:
Mantenha um peso saudável. O excesso de peso agrava as complicações associadas à Diabetes.
Distribua as refeições ao longo do dia e não salte refeições. Para manter a glicemia estável, faça pelo menos 5 refeições diárias e não fique muito tempo sem comer.
Pratique exercício físico regularmente, porque melhora a acção da insulina e manter um peso saudável.
Limite o consumo de açúcar. Diminua a quantidade de açúcar adicionado e o consumo de alimentos ricos em açúcar, como os produtos de pastelaria, geleia, refrigerantes, etc.
Não elimine os hidratos de carbono da alimentação, mas prefira os alimentos ricos em amido, como a batata, arroz, massa, pão e cereais integrais. Estes hidratos de carbono têm uma libertação de energia gradual, o que evita picos de glicemia.
Escolha alimentos ricos em fibra, como hortícolas, fruta e cereais pouco refinados ou integrais, como pão escuro, arroz integral, etc.
Consuma 6-10 porções de frutas e hortícolas. Contêm fibra e micronutrientes benéficos ao organismo. Veja aqui mais informação.
Limite o consumo de gordura. Privilegie o consumo de peixe, carnes magras ou de aves e lacticínios meio-gordos ou magros.
Modere o consumo de sal (< 5 g/dia) e recorra às ervas aromáticas para temperar.
Esteja atento ao rótulo dos produtos. Analise a composição nutricional dos alimentos e faça uma escolha acertada.
Perguntas e respostas
Os diabéticos não deve comer alimentos ricos em hidratos de carbono?
Falso. Abster-se do consumo de alimentos ricos em hidratos de carbono é prejudicial ao controlo da glicemia. Estes alimentos são componentes essenciais de uma alimentação saudável, visto serem fonte de energia para o organismo e conterem outros nutrientes importante, como as fibras alimentares, vitaminas e minerais.
Ter uma alimentação rica em açúcar causa Diabetes?
A investigação científica ainda não estabeleceu uma relação directa entre o consumo excessivo de açúcar e a Diabetes. No entanto, estes hábitos alimentares potenciam um excesso de peso e obesidade, que é o factor mais determinante da Diabetes tipo 2. De acordo com as actuais recomendações, o diabético deve moderar o consumo de produtos açucarados, mas não necessita de se abster por completo.
A Diabetes tipo 2 é uma forma menos perigosa da doença do que a Diabetes tipo 1?
Falso. Esta diferenciação baseia-se no mecanismo de desenvolvimento da doença e não na sua gravidade. O facto de ser obrigatório o tratamento com insulina no caso da Diabetes tipo 1, pode induzir a ideia errada de que é uma forma mais grave. No entanto, a Diabetes tipo 2 pode ser igualmente grave quando não é tratada convenientemente.
A Diabetes tipo 1 desenvolve-se somente em crianças e jovens e a Diabetes tipo 2 é exclusiva dos adultos?
Falso. Apesar de ser este o cenário mais provável, nem sempre se desenvolve desta forma. De facto, existem crianças e jovens com Diabetes tipo 2 e adultos com Diabetes tipo 1.
A insulina causa habituação?
Falso. Habitualmente, a insulina é injectada no tecido por debaixo da pele (tecido subcutâneo) da barriga, coxas ou braços. O diabético tipo 1 depende da insulina, não pelo efeito da habituação, mas para controlar a glicemia porque o seu organismo não produz insulina. No caso da Diabetes tipo 2, pode também haver a necessidade de recorrer ao tratamento com insulina, que poderá ser interrompido e retomado o tratamento com antidiabéticos orais, se o médico assim entender.
A Diabetes é contagiosa?
Falso. Apesar dos mecanismos exactos pelos quais a doença se desenvolve estarem ainda por esclarecer completamente, sabe-se que não é contagiosa. Veja aqui quais são os factores de risco.
Os diabéticos não devem praticar exercício físico?
Falso. Existem inúmeros atletas de alta competição diabéticos. Não há razão nenhuma para que não possa praticar exercício físico, se tiver alguns cuidados no controlo da glicemia. Deverá fazer um pequeno lanche antes do exercício e, se estiver a ser tratado com insulina, poderá ter que reduzir a dose. Discuta a prática de exercício físico com o seu médico.
Os diabéticos devem escolher produtos específicos para diabéticos?
A alimentação recomendada para os diabéticos é semelhante à recomendada para a restante população. Habitualmente, os produtos para diabéticos não oferecem benefícios adicionais, visto que a sua relação custo/benefício é desfavorável ao consumidor.
É possível sentir os efeitos das alterações da glicemia?
Com o tempo, poderá aprender a reconhecer alguns sintomas da hipo- e hiperglicemia. No entanto, não é possível ter uma percepção precisa, por isso é fundamental fazer testes de glicemia regularmente ao longo do dia.
Os diabéticos não podem ingerir bebidas com álcool?
Falso. Tendo um controlo adequado da glicemia, poderão beber um pouco de cerveja ou vinho acompanhando a refeição. Informe o nutricionista, de forma a delinearem um plano que inclua as bebidas alcoólicas na sua alimentação.
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