Pessoas com o gene HLA B57 têm mais linfócitos T, que atacam o vírus HIV.Mas os mesmos linfócitos T podem destruir células do próprio organismo.
O diferencial que torna um grupo pequeno de pessoas imune ao HIV, o vírus causador da Aids, é o mesmo que coloca esses “privilegiados” sob o risco de desenvolver uma doença autoimune, quando o sistema de defesa do organismo passa a destruir o que deveria preservar.
Cientistas mostraram já nos anos 90 que boa parte das pessoas imunes ao HIV – 1 em cada 200 infectados – tinha um diferencial: o gene HLA B57.
Pesquisa na revista científica “Nature” desta quinta-feira (6) detalha a função desse gene. Pessoas com o HLA B57 têm um número maior de linfócitos T, glóbulos brancos anti-infecções.
Com mais zagueiros, mais atacantes (pedaços do HIV) sofrem marcação cerrada, até mesmo os dribladores, aqueles que normalmente escapariam da retranca porque são mutantes.
O grupo de cientistas é coordenado por Arup Chakraborty, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e Bruce Walker, do Instituto Médico Howard Hughes.
“A descoberta poderá ajudar pesquisadores a desenvolver vacinas que provoquem a mesma resposta ao HIV que ocorre naqueles que têm o gene HLA B57”, explica Walker.
O desafio é evitar o efeito colateral, o risco de trocar um problema (a Aids), por outro (doenças autoimunes). “O HIV está se revelando lentamente.
Essa descoberta representa outro ponto em nosso favor na luta contra o vírus, mas ainda temos um caminho muito longo pela frente.”
Do G1, com informações da Agência Fapesp
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