Multidão se diverte na festa dos 450 anos do Rio na Quinta da Boa Vista
Carioquice foi reverenciada pelas vozes mais importantes da MPB.
À meia-noite, festa terminou com 'Cidade maravilhosa' e queima de fogos.
O Rio de Janeiro foi reverenciado pelas vozes mais importantes da MPB na noite deste sábado (28). Na véspera de seu aniversário de 450 anos, um grande show na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na Zona Norte, reuniu um time de mais de 20 artistas e atraiu cerca de 40 mil pessoas. A festa, que começou por volta das 21h40, terminou pontualmente à meia noite, com uma queima de fogos ao som de “Cidade Maravilhosa”.
A apresentadora Fernanda Gentil foi a mestre de cerimônias da festa, batizada de “Rio 450 anos – o Show”. A loira lembrou que estavam presentes os cariocas da gema e os cariocas de coração: "A carioquice é um estado de espírito", destacou. E chamou a Banda 450 anos para dar início ao show com "Valsa de uma cidade". Num telão, ao fundo do palco, eram exibidas paisagens da cidade.
A previsão meteorológica indicava que o show deveria acontecer debaixo de chuva. Mas, São Pedro foi parceiro de São Sebastião e fez com que apenas uma fina garoa caísse na abertura do show. Pouco depois da metade do evento, a lua surgiu em meio às nuvens.
Vanessa da Mata foi a primeira a se apresentar. Ela cantou “Samba do Avião” e “Corcovado”, ambas do maestro Tom Jobim, a quem já havia dedicado um álbum.
Na sequência, o sambista Diogo Nogueira arrancou gritos eufóricos do público feminino. Trajando um terno rosa, ele exaltou duas grandes marcas da Cidade Maravilhosa descritas nas músicas “Copacabana”, de Alberto Ribeiro e João de Barro, e “Ela é Carioca”, de Tom Jobim.
Caetano Veloso subiu ao palco em seguida, levando o público a cantar junto o grande hino da Bossa-Nova, “Garota de Ipanema”. Logo depois ele cantou “Menino do Rio”, de sua autoria. No meio da canção ele recebeu Baby do Brasil, que consagrou a música com sua voz inconfundível. Os dois trocaram olhares carinhosos e fez o público se encantar.
A próxima atração foi a carioquíssima Fernanda Abreu. “Essa é minha homenagem à mulher carioca”, disse antes de começar a cantar “Garota Carioca Swing Sangue Bom. Em seguida, ela fez a multidão cantar em coro seu maior sucesso, “Rio 40 graus”. Na primeira vez que executou o refrão, a cantora símbolo do verão carioca corrigiu a sensação térmica atual, cantando “Rio 50 graus”.
Marcelo D2 chegou na sequência de Fernanda Abreu. Ele começou cantando “Rio – Puro Suco” para, em seguida, convidar o sambista Arlindo Cruz para cantarem juntos “Na veia”.
Uma das atrações mais aguardadas, Zeca Pagodinho fez o público delirar e cantar, quase em uníssono, a clássica “Voz do Morro”, de Zé Keti. “Eu sou o samba, sou natural daqui do Rio de Janeiro”, diz um dos versos da canção.
Simoninha surgiu logo depois, cantando Balanço Zona Sul. Seu irmão, Max de Castro, cantou, logo depois, “Rio do meu amor”.
Estremecendo a plateia, Erasmo Carlos veio logo depois cantando “Carango”, canção que foi eternizada na voz de Wilson Simonal, pai dos dois cantores que se apresentaram antes do Tremendão. “Close”, composta em parceria com Roberto Carlos, encerrou a apresentação dele.
Os gritos entusiasmados demonstraram que Ana Carolina era uma das artistas mais esperadas da noite. Ela cantou um clássico de Chico Buarque, “Partido Alto”.
Toni Garrido se apresentou logo depois. Com a energia e carisma que lhe são peculiares, ele cantou “Samba do Carioca”, de Vinícius de Morais e Carlos Lyra, e “Solteiro no Rio de Janeiro”. Antes desta canção ele convidou o público a se abraçar.
Em uma apresentação pouco entusiasmada, Paula Toller cantou “Coisas do Brasil”. O público pouco interagiu, ao contrário do que aconteceu logo depois, quando Roberto Frejat fez todo mundo pular cantando “Do Leme ao Pontal”, de Tim Maia.
Logo depois, Herbert Vianna, acompanhado por Bi Ribeiro e João Barone, levou nostalgia ao palco cantando “Óculos”, que foi acompanhada pelo público.
O tijucano mais famoso do mundo foi novamente lembrado no show quando Jorge Bem Jor cantou “W.Brasil”. O nome de Tim Maia era projetado no fundo do palco toda vez que ele cantava “eu vou chamar o síndico, ele está lá em cima”.
O portelense Paulinho da Viola se apresentou depois de Jorge Bem Jor. Ele emocionou a todos cantando “Foi um Rio que passou em minha vida”.
O sambista Martinho da Vila exaltou o bairro onde se criou, cantando duas músicas do eterno “poeta da Vila”, Noel Rosa. Foram elas “Palpite Infeliz”, e “Feitiço da Vila”.
A carioquice foi fortemente abraçada quando Gilberto Gil subiu ao palco e cantou “Aquele Abraço”. A imagem do Cristo Redentor ao fundo compunha ainda melhor o que a música ilustrava.
Arlindo Cruz voltou ao palco acompanhado pelo Neto. Toda a plateia cantou junto o refrão de “Meu Lugar”, de autoria do sambista, que reverencia seu bairro de origem, Madureira.
O sambista anunciou a próxima atração destacando que “ele já ganhou 13 carnavais”. Neguinho da Beija-Flor foi ovacionado ao cantar “O Campeão – Domingo eu vou ao Maracanã”.
Terminada a apresentação de Neguinho da Beija-Flor, Fernanda Gentil voltou ao palco e comandou a contagem regressiva para o grande final. Pontualmente à meia noite pipocaram no céu fogos de artifício. No palco, a maioria dos artistas se reuniu para cantar junto à Banda 450 anos o hino “Cidade Maravilhosa”. Novamente uma fina garoa caiu sobre a Quinta da Boa Vista e o público foi deixando o espaço aos poucos.
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