Droga testada em pacientes terminais será analisada por Fiocruz, Inca e Anvisa
Rio
- Esperança para pacientes de câncer e uma resposta a recente polêmica
nas redes sociais. O Ministério da Saúde finalmente decidiu estudar os
efeitos da fosfoetanolamina, a chamada “pílula do câncer”, substância
que teria suposta ação contra a doença, mas que ainda não passou por testes em humanos. “Vamos fazer
de forma ágil. Se ela for boa, aí sim, médicos poderão prescrevê-la,
liminares poderão ser concedidas. E se ela não tiver efeitos esperados,
se não for segura, que se descarte e não fique essa celeuma”, disse o
ministro da Saúde, Marcelo Castro, ontem, após audiência pública no
Senado para debater o assunto.
A droga foi desenvolvida no Instituto de
Química da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos, por um grupo
de pesquisadores liderados
pelo químico Gilberto Chierice, hoje professor aposentado. Durante
anos, a substância foi fornecida gratuitamente para doentes de câncer,
mesmo sem ter passado por testes necessários, mas a distribuição foi
suspensa em setembro, por determinação do Tribunal de Justiça de São
Paulo. A decisão foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal, a favor de
um pedido feito por pacientes. O impasse gerou uma onda de liminares
solicitando a liberação do produto.
“Temos de colocar um
fim nessa celeuma. Precisamos dar uma resposta para a sociedade. Nas
redes sociais, não se fala em outra coisa”, afirmou o ministro. A
portaria deve ser publicada hoje no Diário Oficial. Em 60 dias uma comissão apresentará uma proposta de atuação. Formado por pesquisadores do Inca e da Fiocruz, o grupo de trabalho vai analisar a molécula, realizar estudos pré-clínicos, ensaios clínicos e estudos de farmacovigilância. A Anvisa, responsável por aprovar novos medicamentos no país, vai acompanhar os trabalhos. As pesquisas dependerão do aval do grupo que desenvolveu a substância, na USP.
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