“É impossível Janot não investigar Aécio desta vez”
Deputado Rogério Correia (PT-MG), que foi à Procuradoria Geral da República com novo pedido para que o senador tucano seja investigado na Operação Lava Jato, afirma em entrevista ao Blog da Cidadania que as provas que Rodrigo Janot tem agora "são muito mais contundentes do que as que ele tinha em relação a outros que denunciou recentemente ao STF. Essas novas provas são extremamente robustas"; leia a íntegraNa última quinta-feira (19/3), confirmou-se informação divulgada neste Blog em 7 de fevereiro último, que antecipou que o PT denunciaria os tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia à Procuradoria Geral da República por corrupção.
Entre outras denúncias nos governos tucanos do Estado de Minas entre 2003 e 2014, um grupo de deputados do PT mineiro denunciou (novamente) ao PGR, Rodrigo Janot, a menção ao senador Aécio Neves na famosa lista de Furnas. Agora, o partido afirma ter fatos novos.
Aécio rebateu essa denúncia dizendo que "A lista de Furnas é uma das mais conhecidas fraudes da política brasileira".
Confira, abaixo, matéria do jornal Folha de São Paulo sobre o assunto, publicada nesta sexta-feira (20).
Diante disso, o Blog foi ouvir o deputado estadual do PT mineiro Rogério Correia, que encabeça os esforços do partido naquele Estado para responsabilizar o grupo político aecista por corrupção em Minas Gerais ao longo dos últimos 12 anos.
Correia rebate a afirmação de Aécio de que a lista de Furnas seria falsa. Segundo o deputado petista, a Polícia Federal periciou a lista de Furnas e a considerou autêntica, conforme a imagem da conclusão dessa perícia, abaixo. Para ler a denúncia completa clique na imagem.
Leia, abaixo, a entrevista que o deputado Rogério Correia concedeu ao Blog nesta sexta-feira 20.
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Blog da Cidadania – Nesta semana, o senhor e o seu grupo fizeram nova denúncia contra o senador Aécio Neves na Procuradoria Geral da República. Pode nos dar mais detalhes?
Rogério Correia – Nós, na verdade, estamos juntando, agora, o fio da meada. A denúncia que nós fizemos ao doutor Rodrigo Janot é no sentido de que o senador Aécio Neves se utilizou de Furnas para fazer sua campanha ao governo de Minas em 2002. Isso já tinha sido feito em 1998 pelo PSDB e foi chamado de mensalão tucano.
Nós temos, aí, três vertentes de investigação. Uma é a própria lista de Furnas, que, apesar de o PSDB dizer que não tem veracidade, foi periciada, oficialmente, pela Polícia Federal e foi tida como autêntica e sem montagem.
Então essa é a primeira prova, além de parlamentares que confessaram ter recebido os recursos dessa lista, no valor que está lá, como é o caso do ex-deputado Roberto Jeferson.
O segundo ponto, é a análise da procuradora da República Andrea Bayão, do Rio de Janeiro, onde, examinando as empresas que fazem parte da distribuição de recursos ilegais para o PSDB, concluiu pela denúncia contra diretor de Furnas indicado por Aécio Neves, Dimas Toledo. Ela fez a análise através de empresas como a Bauruense.
Agora entra o terceiro fator, Eduardo: o doleiro Yousseff relata que repassou ao PT, através do deputado Janene, uma outra parte de recursos que iria para uma diretoria de Furnas ligada ao PSDB, que é justamente a do Dimas e a empresa que concretizaria o repasse é justamente a Bauruense.
Diante do trabalho e das conclusões da doutora Andrea Bayão, não há como o procurador-geral não abrir a investigação contra Aécio.
Blog da Cidadania – Mas o doutor Janot considerou "vagas" as denúncias contra Aécio. Está sendo apresentado algum fato novo ao PGR ou é aquilo que ele já recusou?
Rogério Correia – O fato novo é justamente, agora, em novo procedimento investigativo da doutora Andrea Bayão que dá conta de fala de Yousseff acusando Aécio. Não há como separar esses fatos, apesar de que o trabalho da procuradora está parado lá no Rio de Janeiro.
Então, o que nós pedimos é que essa investigação se junte às outras que estão tramitando em Brasília e nas quais Aécio deveria estar incluído devido à fala de Yousseff e à lista de Furnas, considerada verdadeira pela conclusão da perícia da Polícia Federal que eu lhe citei.
A junção de todos esses fatos torna impossível que o doutor Janot não investigue Aécio Neves. As provas que ele tem agora são muito mais contundentes do que as que ele tinha em relação a outros que denunciou recentemente ao STF. Essas novas provas são extremamente robustas.
Blog da Cidadania – Eu conversei com o deputado Durval Ângelo, recentemente, e ele me falou de outras denúncias que seriam feitas contra as gestões tucanas em Minas no âmbito de uma devassa que está sendo feita pelo "xerife" do prefeito Fernando Haddad, Mario Spinelli, que desbaratou uma quadrilha de fiscais que atuou livremente nas gestões José Serra e Gilberto Kassab e que foi "importado" pelo governador Fernando Pimentel. Como está isso?
Rogério Correia – Nós enviamos vários documentos, como sobre a rádio Arco Íris, do senador Aécio Neves, que recebeu dinheiro público repassado pela própria irmã dele, que controlava os recursos de publicidade do governo mineiro. Repassamos documentos sobre o aeroporto da cidade de Cláudio e sobre o helicóptero que levava cocaína e sobre o qual, até agora, nem o piloto foi responsabilizado. É um deboche, pois o helicóptero levava 500 quilos de droga e até aqui ninguém foi acusado.
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