3.27.2016

Jandira Feghali: ‘Dilma não é ré de nada, não é investigada’

Deputada do PCdoB diz que processo de impeachment é cortina de fumaça para o golpe 

 BRASÍLIA - Uma das mais fiéis aliadas do governo Dilma, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) diz que o processo de impeachment tem que se ater à questão técnica. Para ela, o governo se reforça politicamente com a presença de Lula.

Lula ajuda na articulação para evitar o impeachment?
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O desespero da oposição é o que me dá absoluta certeza que é certo ele ir para o governo. É ação, é tentativa de impedir. O discurso destila ódio, é agressivo. Por que isso? É porque, obviamente, o papel político dele é muito grande nesse momento. Qual o peso das manifestações de rua na votação?
A rua sempre tem peso, mas é preciso olhar que ruas são essas. Em 1992 você tinha entidades reconhecidas, nenhum representante do DOI-Codi falava, não havia pedido de intervenção militar, criminalização da política, como agora. Respeito todos os que foram às ruas, mas há diferença. Vamos cassar o mandato da presidente que teve 54 milhões de votos? A rua não supera 54 milhões de votos.
Qual o peso da delação do senador Delcídio?
Dilma não é ré de nada, não é investigada. O objeto do impeachment foi sanado. É uma cortina de fumaça para um golpe que está em curso no Brasil. O juiz Moro é instrumento. Queremos que a Lava-Jato apure corrupção. Somos contra o uso político da Lava-Jato. Pessoas do Poder Judiciário se comportam como ativistas políticas.
Cunha tem tropa de choque. O governo terá a dele?
O governo tem a tropa democrática, aquela que enxerga a inexistência de crime, confronta o golpe e defende a democracia. Vamos seguir o rito, usar o que é possível para provar que não há crime de responsabilidade e ganhar a luta política no Congresso.
Como convencer os indecisos?
Vamos para o confronto na comissão com os que não se atém ao processo, os que fazem guerra política. Ninguém é cassado porque tem crise econômica, isso não é crime de responsabilidade. O pedido foi aceito pelo Cunha por vingança política.

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