domingo, 16 de outubro de 2016
Durante o governo de FHC houve um aumento de 16 mil novos doutores e
mestres em nosso imenso Brasil. Durante o governo de Luiz Inácio Lula da
Silva ocorreu a formação de doutores e mestres em número muito maior,
mas estranhamente esse aumento no número de mestres e doutores não se
refletiu em uma melhora perceptível em nossa sociedade.
Desde que entrei na universidade, argumento que um aumento no número de
pessoas com formação universitária, mestrado e doutorado não implicaria
em uma mudança intelectual ou mesmo social na nação brasileira. Da
mesma maneira que em um pais rico não é certeza de não existirem
miseráveis e pessoas marginalizadas.
Sempre ouvi muito que o grande problema do Brasil é criar ricos em vez
de criar riquezas e parafraseando, para a educação, é perfeitamente
verdadeiro afirmar que o problema do Brasil é diplomar o maior número
de doutores e esquecer de educar a população.
O status social
Qualquer cidadão sabe muito bem que o fato de se conseguir um diploma
universitário tras oportunidade de melhoria primeiramente de vida para o
adquirente do curso e isso não quer dizer que esse fato irá melhorar a
qualidade de vida da população. A percepção que um curso de graduação,
pós-graduação, mestrado e doutorado traz melhorias pessoais torna comum
chamarem de doutor os que possuem melhor um melhor padrão salarial e
consequentemente melhor padrão de vida. Claro que, na maioria dos casos,
são chamados de doutores visando tirarem algum proveito financeiro.
Fique muito desconfiado quando for chamado de doutor em estacionamentos,
restaurantes e até mesmo por feirantes que na realidade estão com
interesse de terem algum proveito financeiro.
Mesmo para aqueles que não possuem diploma de doutor, muitas das vezes,
se colocam como tal para exigirem respeito e tirarem alguma vantagem se
posicionando como alguém importante na sociedade como é o caso de
advogados, engenheiros, contadores, etc. Esse posicionamento mostra uma
grande contradição onde podemos ser chamados “A miserável terra dos doutores”.
Raciocinam com o diploma!
Outro fato que está se tornando um grande problema é que tem muito
doutor pensando que diploma e cérebro são coisa iguais. Muitos têm o
diploma e o conhecimento é pífio em decorrência da má qualidade que são
formados nessas universidades da vida. . Qualquer pessoa sabe que quem
tem um título universitário, seja ele qual for, está apto na área que
foi graduado, mas cada vez mais esses seres usam diplomas para dizer o
que devemos fazer e achando que somente eles têm cérebro e querem impor
as ideias como sendo os deuses da sabedoria em área que sequer possuem
conhecimento.
Nos últimos seis anos fiz vários cursos de capacitação e muitos desses
foram feitos online e por universidades fora do Estado (Sergipe) e a
primeira vez que percebi que alguma estava errada foi quando em um
desses cursos a tutora parabenizou todos os alunos presentes (estávamos
em uma sala online) como alunos virtuais (ocorreu em outros cursos
online e presenciais). Discordei e a tutorial usou o argumento que
seriamos virtuais pelo fato de se comunicarmos e nunca interagirmos
pessoalmente! Expliquei que o fato de uma pessoa não poder interagir
pessoalmente não torna ela em um ser virtual e ele me mandou vários
textos (alguns de doutores) tentando me convencer do contrário. Disse
para a tutora e digo mais uma vez: estávamos em um curso online e éramos
alunos online. Ainda argumentei que trabalhei vários anos em uma
bancada de aplicação financeira e nunca conversei pessoalmente com os
clientes e isso não tornava os clientes do banco em virtuais (as vezes
alguns apareceriam em carne e osso).
Outro fato interessante foi quando me pediram um projeto (curso
elaboração de projetos) e depois me pediram para converter em um
programa. Solicitei para a Tutora (doutora em educação) que pegasse um
dicionário e procurasse a diferença entre projetos e programas (são
palavras sinônimas). Dessa vez foi pior, já que até colegas de trabalho
argumentaram em favor da doutora! Argumentei que o que ela estava
solicitando era que eu convertesse um modelo de projeto (ou programa) em
outro modelo diferente e não convertendo uma coisa em outra totalmente
diferente.
Complicado é quando você pega, esse doutores, como coordenadores
pedagógicos estando em sala de aula e fica tentando te dizer como você
deve ministrar suas aula. A grande maioria, desses novos profissionais,
nunca lecionou uma única aula e se baseia única e exclusivamente nas
teorias educacionais que decoraram nos cursos pedagógicos.
O problema de se ter um diploma leva muitas dessas pessoas culturalmente e psicologicamente se posicionar como um ser superior, ter preconceito com que não é doutor
e tendo o direito de dizer o que você dever fazer e como pensar. Tem
até casos de doutores que fica contestando de algumas profissões
ganharem salários iguais ou superiores ao deles (bons carpinteiros
chegam ganhar salários iguais ou mesmo superiores a alguns professores) e
questionando como pode já que ele estudou e é doutor (o nome disso se chama carteirada)
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