Mauro Pimentel/Folhapress | ||
Lula discursa no aniversário de 36 anos do PT ao lado do presidente do partido, Rui Falcão |
Ainda que tenha tomado outra dimensão por causa das repercussões da Lava Jato, a crise do Partido dos Trabalhadores tem algumas semelhanças com a que atinge os partidos sociais democratas europeus.
Diante da multiplicação de candidaturas nas últimas semanas, o Partido Socialista francês corre o risco de ver François Hollande, o atual presidente, sofrer uma derrota humilhante nas primárias do partido.
No Reino Unido, a reeleição de Jeremy Corbyn à liderança do partido, no mês passado, parece condenar os trabalhistas a uma interminável disputa interna entre a base parlamentar tradicional e a nova geração de militantes.
Incapaz de resistir à estratégia de terra arrasada do Podemos, o Partido Socialista Operário Espanhol, cujo líder Pedro Sanchez se demitiu na semana passada, continua a sua descida ao inferno, onde já se encontra o bloco social democrata grego, arrasado pelo avanço eleitoral da extrema esquerda.
Apesar da urgência, as principais lideranças parecem hesitar entre o refúgio na nostalgia e a acrobacia desesperada de mudar tudo para continuar tudo igual.
Num livro de entrevistas publicado nesta semana, François Hollande sugere rebatizar o Partido Socialista de Partido do Progresso. Uma iniciativa que constrange pela sua banalidade.
Sempre que pressionadas, as mentes cansadas da social democracia anunciam a intenção de trocar o nome dos seus partidos. Uma ideia vetusta que remonta à experiência efêmera do novo trabalhismo britânico dos anos 1990.
Propensas a apoiar renovações de fachada, essas mesmas mentes resistem à formação de frentes de esquerda.
Na França, os membros do aparelho socialista sabotaram o movimento em favor de primárias para as presidenciais abertas a todos os partidos progressistas. A agonia dos socialistas espanhóis tem origem na recusa dos seus chefes locais em aceitar a inevitável aliança com o Podemos.
Em Portugal, António Costa, líder da coalizão de governo dos principais partidos de esquerda, teve de enfrentar os socialistas que preferiam a formação de um bloco central com a direita.
Vitorioso, Costa fez de Portugal, eterno candidato a ser a próxima Grécia, um modelo de governabilidade para o sul da Europa.
O caso português pode servir de exemplo para a esquerda brasileira. Resta saber se as lideranças do PT entenderam que, para sobreviver, o partido precisará de ir muito além da mudança cosmética.
Diante da multiplicação de candidaturas nas últimas semanas, o Partido Socialista francês corre o risco de ver François Hollande, o atual presidente, sofrer uma derrota humilhante nas primárias do partido.
No Reino Unido, a reeleição de Jeremy Corbyn à liderança do partido, no mês passado, parece condenar os trabalhistas a uma interminável disputa interna entre a base parlamentar tradicional e a nova geração de militantes.
Incapaz de resistir à estratégia de terra arrasada do Podemos, o Partido Socialista Operário Espanhol, cujo líder Pedro Sanchez se demitiu na semana passada, continua a sua descida ao inferno, onde já se encontra o bloco social democrata grego, arrasado pelo avanço eleitoral da extrema esquerda.
Apesar da urgência, as principais lideranças parecem hesitar entre o refúgio na nostalgia e a acrobacia desesperada de mudar tudo para continuar tudo igual.
Num livro de entrevistas publicado nesta semana, François Hollande sugere rebatizar o Partido Socialista de Partido do Progresso. Uma iniciativa que constrange pela sua banalidade.
Sempre que pressionadas, as mentes cansadas da social democracia anunciam a intenção de trocar o nome dos seus partidos. Uma ideia vetusta que remonta à experiência efêmera do novo trabalhismo britânico dos anos 1990.
Propensas a apoiar renovações de fachada, essas mesmas mentes resistem à formação de frentes de esquerda.
Na França, os membros do aparelho socialista sabotaram o movimento em favor de primárias para as presidenciais abertas a todos os partidos progressistas. A agonia dos socialistas espanhóis tem origem na recusa dos seus chefes locais em aceitar a inevitável aliança com o Podemos.
Em Portugal, António Costa, líder da coalizão de governo dos principais partidos de esquerda, teve de enfrentar os socialistas que preferiam a formação de um bloco central com a direita.
Vitorioso, Costa fez de Portugal, eterno candidato a ser a próxima Grécia, um modelo de governabilidade para o sul da Europa.
O caso português pode servir de exemplo para a esquerda brasileira. Resta saber se as lideranças do PT entenderam que, para sobreviver, o partido precisará de ir muito além da mudança cosmética.
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