Menos
de um dia depois de o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal
Federal (STF), acusar integrantes do Ministério Público Federal (MPF) de
vazarem para a imprensa os nomes de políticos citados nas delações de
executivos da Odebrecht, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
afirmou, nesta quarta-feira (22), reagiu às acusações. “É uma
mentira, que beira a irresponsabilidade, afirmar que realizamos, na
Procuradoria-Geral da República, coletiva de imprensa para 'vazar' nomes
da Odebrecht”, afirmou Janot. “Só posso atribuir tal ideia a mentes
ociosas e dadas a devaneios, mas, infelizmente, com meios para distorcer
fatos e desvirtuar instrumentos legítimos de comunicação
institucional", afirmou o chefe do MPF. Ao acusar a PGR de ter
vazado para a imprensa parte dos nomes de pessoas citadas nos
depoimentos de delação premiada de ex-executivos da empreiteira
Odebrecht, que se encontram sob segredo de Justiça, Gilmar Mendes fez
alusão a uma possível anulação de provas em decorrência dos vazamentos. Gimar Mendes fez referência a um artigo publicado no domingo no jornal Folha de S.Paulo.
Segundo o texto, a procuradoria divulgou extraoficialmente, em uma
reunião com jornalistas, parte dos nomes de políticos que são alvo dos
83 pedidos de inquérito sigilosos enviados por Janot ao STF na semana
passada. Gilmar Mendes acusa Ministério Público Federal de vazar nome de citados. Janot respondeu: "Mentira"Janot
fez o pronunciamento no encerramento de uma reunião de avaliação das
eleições de 2016, realizada na Escola Superior do Ministério Público da
União, em Brasília, na manhã de hoje. Para uma plateia composta por
procuradores e jornalistas, Janot disse que “em projeção mental, alguns
tentam nivelar todos à sua decrepitude moral”. “Para isso
acusam-nos de condutas que lhes são próprias, socorrendo-se não raras
vezes da aparente intangibilidade proporcionada pela posição que ocupam
no Estado”, acrescentou, numa referência a pessoas que gozam de proteção
jurídica especial, como é o caso de ministros do STF. "Procuramos
nos distanciar dos banquetes palacianos. Fugimos dos círculos de
comensais que cortejam desavergonhadamente o poder político. E
repudiamos a relação promíscua com a imprensa", disse Janot aos
procuradores. "Mentira" No artigo da Folha de S.Paulo, há críticas às chamadas “coletivas em off”,
quando os jornalistas se comprometem em não revelar a fonte das
informações, o que, segundo o texto, é uma prática não só no
relacionamento da imprensa com membros do MPF, como também com
integrantes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e, inclusive,
do Supremo Tribunal Federal. Antes de encerrar, Janot reforçou que é uma
“mentira” a existência de tal prática no Ministério Público. Logo
no início de seu pronunciamento, Janot disse que leria seu discurso
para evitar “arroubos verbais”, mas, em uma parte em que resolveu falar
de improviso, disse: “Apesar da imputação expressa ao Supremo Tribunal
Federal, não ouvi uma só palavra, de quem teve uma disenteria verbal ao
se pronunciar, sobre essa imputação ao Palácio do Planalto, Congresso e
STF". Com Agência Brasil
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