A leitura do trecho final da sentença dada por Sérgio Moro no processo que envolve o ex-Ministro Antonio Palocci é muito claro para quem quiser ler sua intenção:
(…) o condenado é um homem poderoso e com conexões com pessoas igualmente poderosas e pode influir, solto, indevidamente contra o regular termo da ação penal e a sua devida responsabilização. Aliás, suas declarações em audiência, de que seria inocente, mas que teria muito a contribuir com a Operação Lavajato (item 609), só não o fazendo no momento pela “sensibilidade da informação”, soaram mais como uma ameaça para que terceiros o auxiliem indevidamente para a revogação da preventiva, do que propriamente como uma declaração sincera de que pretendia naquele momento colaborar com a Justiça. 858. Portanto e com base na exposição mais ampla contida na decisão referida, Antônio Palocci Filho deverá responder preso cautelarmente eventual fase recursal.
Tradução: Numa cambalhota jurídica que executa pena em primeira instância, Palocci ficará preso por quanto tempo durar o seu recurso (um ano? dois?) ou…
Ou vai fazer a delação que Moro quer, que não seja “ameaça a terceiros”, mas apenas a Lula.
Nada de falar sobre o sistema financeiro, nada de falar sobre o socorro ao grupo Globo, semi-falido no início do governo Lula.
Não é à toa a nota de Monica Bergamo, na Folha: “a força-tarefa da Operação Lava Jato está apreensiva com o impacto da delação de Antonio Palocci no sistema financeiro do país. Estuda uma forma de, ao contrário do que ocorreu com as empreiteiras, preservar as instituições e os empregos que geram”.
Os empregos? Só rindo…
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