TSE concede liberdade a ex-governador do Rio Anthony Garotinho
O plenário do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu hoje (26), por quatro votos a
dois, conceder um habeas corpus para libertar o ex-governador do Rio de
Janeiro Anthony Garotinho, que havia sido preso enquanto apresentava seu
programa na Rádio Tupi, na capital fluminense, no último dia 13. A
prisão temporária de Garotinho foi determinada pelo juiz Ralph Manhães,
da 100ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes, que o condenou a 9
anos e 11 meses de prisão por corrupção eleitoral, associação criminosa,
coação de duas testemunhas e supressão de documentos. A medida foi
posteriormente convertida em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira
eletrônica.
TSE concede liberdade a ex-governador do Rio Anthony GarotinhoO
relator do caso, ministro Tarcísio Vieira, entendeu ser ilegal o
mandado de prisão, uma vez que a instrução do processo já foi encerrada e
que o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) é de que o
cumprimento da pena só pode se dar após condenação em segunda instância.
Para Vieira, a fundamentação da prisão foi baseada em “mero temor
genérico” de que Garotinho pudesse ameaçar a ordem pública e das
investigações. Durante o julgamento, o presidente do TSE, ministro
Gilmar Mendes, fez um contundente discurso em defesa do habeas corpus e
contra a negação de liberdade com base em questões meramente
processuais. “É preciso parar de brincar com a liberdade das
pessoas. É preciso ter vergonha na cara”, afirmou. "Para conceder habeas
corpus precisa-se ter heroísmo no Brasil. Que coisa retrógrada, que
coisa lamentável." Sem mencionar nomes, Mendes disse que magistrados
"aproveitadores" praticam "populismo constitucional nesta área", ao
ceder à opinião pública para manter prisões. Ficaram vencidos os
ministros Rosa Weber e Herman Benjamin, que disse a princípio estar
propenso a conceder o habeas corpus, mas que mudou de posição por não
querer subscrever o amplo “tratado” do relator contra a prisão
preventiva, criando jurisprudência reprovada por ele. “Não tenho nenhum
compromisso ideológico contra a prisão preventiva”, disse Herman. O
ministro Luiz Fux não participou do julgamento.
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