O Ministério Público de São Paulo rejeitou um
acordo com a Odebrecht para receber provas de pagamento de propinas a
políticos em obras do Metrô, CPTM (Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos), Dersa e DER (Departamento de Estradas de Rodagem);
o resultado prático do impasse com os promotores de São Paulo é que as
investigações sobre autoridades dos governos dos tucanos Geraldo Alckmin
e José Serra, respectivamente o "Santo" e o "Careca" da lista da
empreiteira, e da gestão de Gilberto Kassab na Prefeitura de São Paulo
devem atrasar ainda mais; há risco de prescrição em algumas ações
Eles dizem que não endossam o acordo de leniência porque há irregularidades no texto, como a ausência de concordância da CGU (Controladoria Geral da União) e da AGU (Advocacia Geral da União) com os termos acertados, como está previsto na legislação brasileira.
Acordo de leniência é uma espécie de delação, mas da empresa, não de pessoas que se envolveram com suborno.
Sem endossar os termos do acordo, os promotores não receberão as provas que fazem parte do trato e que serviriam para sustentar ações contra aqueles que são apontados pela Odebrecht como recebedores de propina.
O resultado prático do impasse com os promotores de São Paulo é que as investigações sobre autoridades dos governos de Geraldo Alckmin e José Serra, ambos do PSDB, e da gestão de Gilberto Kassab na Prefeitura de São Paulo devem atrasar ainda mais. Há risco de prescrição em algumas ações. Alckmin, Serra e Kassab negam ter recebido suborno da Odebrecht.
A ilegalidade no acordo de leniência da Odebrecht foi apontada em decisão do Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, que julga os recursos de decisões do juiz Sergio Moro. O TRF analisava um pedido da União para que a Justiça mantivesse o bloqueio de bens da empresa.
Apesar dessas divergências, tanto os promotores quanto a própria Odebrecht cogitam a negociação de um acordo paralelo à leniência.
As informações são de reportagem de Mario Cesar Carvalho na Folha de S.Paulo.
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