4.11.2009

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM



É o atraso no aparecimento da fala, evidenciado na emissão das palavras, na expressão do pensamento ou da vontade da criança.

A leitura e escrita não podem ser consideradas atividades isoladas no processo de desenvolvimento da criança. Estas duas etapas gráficas fazem parte da evolução da linguagem que se inicia logo nos primeiros dias de vida da criança.

A primeira etapa do funcionamento verbal é a aquisição do significado. Nesta etapa, a criança adquire a noção e a função dos objetos que a rodeiam atribuindo-lhes um significado social. No início de sua interação com o meio ambiente, a criança não tem noção dos objetos, nem estes, despertam qualquer tipo de resposta emocional ou comportamental, pois não têm quaisquer significados. É através da observação e da experimentação que a criança relaciona os objetos aos seus respectivos significados.

A segunda etapa é a compreensão da palavra falada. Os objetos que adquiriam significado para a criança são associados aos seus nomes.

A terceira etapa é a expressão da palavra. Apesar da criança já ter adquirido o significado dos objetos e a compreensão da palavra falada, os sons emitidos por ela pouco se assemelham aos sons emitidos pelos adultos. É a partir desta fase, que o comportamento vocal (fala) da criança começa a se assemelhar à fala do adulto, pois a criança compara os sons que emite aos sons falados pelos adultos e imita-os.

Portanto, a fala se desenvolve por imitação e, é neste sentido, que uma criança surda, geralmente não passa da etapa do balbucio porque não consegue comparar nem imitar os sons emitidos por ela com as palavras faladas pelos adultos.

A quarta e quinta etapa é respectivamente, a compreensão da palavra impressa (leitura) e a expressão da palavra impressa (escrita). Estes seriam, portanto, os estágios superiores do desenvolvimento da linguagem.

Neste processo de desenvolvimento pode-se observar que as etapas que envolvem a "compreensão" são anteriores às etapas que envolvem a "expressão".

Aliada a seqüencialização destas etapas há a interdependência da mesma, acarretando com isso, que cada etapa do desenvolvimento verbal sofra influência da etapa anterior e influencie na etapa posterior. Desta maneira, qualquer dificuldade e/ou problema que por ventura afete uma determinada etapa, a posterior também será afetada.

A leitura envolve, primeiro a identificação dos símbolos impressos (grafemas) e o relacionamento destes símbolos com os sons que eles representam. No início do processo de aprendizagem da leitura a criança tem que diferenciar visualmente cada letra impressa e, perceber que cada símbolo gráfico tem um correspondente sonoro.

Se a associação entre palavra impressa e som não for realizada, a criança não poderá ler, pois as letras e as palavras não terão correspondentes sonoros.
Mas, para ler, não basta apenas realizar a decodificação dos símbolos impressos, é necessário que exista também, a compreensão e a análise crítica do material.

A compreensão não é nada mais do que relacionar as palavras que são decodificadas aos seus respectivos significados (objetos). Sem compreensão, a leitura deixa de ter interesse e de ser uma atividade motivadora, pois nada tem a dizer ao leitor. Na verdade só se pode considerar realmente que uma criança lê quando existe a compreensão. Quando a criança decodifica e não compreende, não se pode afirmar que ela esteja lendo.

A última fase do processo da leitura é a análise crítica acerca do material impresso que foi decodificado e compreendido. Ao se ler uma frase ou um texto, o leitor deverá reagir às idéias impressas, as reações podem ser emocionais ou intelectuais.

Independente do tipo de reação. Se for emocional, intelectual ou as duas, a análise do conteúdo lido é sempre feita partindo de referencias internos do próprio leitor. Cada indivíduo vai construindo, de acordo com sua experiência, um referencial de idéias e pensamentos servem de base para a realização da análise crítica.

A escrita é o ato inverso da leitura. Na leitura se estabelece uma relação entre palavra impressa-som-significado e na escrita a relação estabelecida é entre som-significado-palavra impressa.

Ao copiar, iniciamos uma discriminação visual de todos os detalhes das letras e do formato da palavra que está servindo como modelo. Depois relacionamos os símbolos impressos - as letras e a palavras - aos respectivos sons, aos movimentos articulatórios, aos movimentos gráficos (traçado gráfico a ser executado), aos significados (conceitos) e, só então, reproduzimos graficamente a palavra modelo.

No ditado, as palavras ditadas oralmente pela professora devem ser discriminadas e diferenciadas auditivamente pelo aluno, depois, são associadas aos significados, à sua forma gráfica (letras e sílabas que compõem a palavras ouvidas e seus respectivos traçados) e, são escritas, devendo-se respeitar a orientação têmporo-espacial. É através do processo de leitura que a forma gráfica das palavras vai ficando registrada na memória visual.

Na redação, as palavras são elaboradas mentalmente, associadas aos respectivos sons, aos significados, à forma gráfica e escritos.

É através da leitura que se percebe como se articulam as regras gramaticais e se aprendem novos estilos de escrita. Na redação, o escritor busca dentro de si as palavras adequadas para poder transmitir ao outro, aquilo que vivência e representam, no fundo, modelos interiorizados de inúmeras leituras que o escritor realizou durante a sua vida.

Pode-se concluir, portanto, que em qualquer uma destas modalidades de escrita percebe-se que a relação existente entre palavra impressa e som deve estar automatizada para permitir que a criança se expresse graficamente. Em outras palavras, a criança precisa saber ler para poder escrever. Se a criança lê com dificuldade ou ainda não aprendeu a ler, de pouco lhe adiantam os exercícios escritos já que, as palavras que ela escreve não têm correspondentes sonoros e, não são compreendidas.

Quando se fala em distúrbios de aprendizagem envolvendo a leitura e a escrita, é indispensável que se analise a leitura oral e silenciosa antes de se avaliar a escrita (cópia, ditado, redação), visto serem as dificuldades de escrita, na maioria das vezes, decorrentes de uma leitura lenta, analítica, impregnada de trocas de sílabas ou palavras, sem pontuação nem ritmo e, incompreensível.

TEXTO: Andréia Mafra

Falta de aprendizagem escolar

Um dos problemas que mais atemorizam pais e as próprias crianças: falta de aprendizagem escolar. Em primeiro lugar, vamos distencionar ao ler o artigo, relaxe os ombros, mexa cabeça, gire seu pescoço, pensa que é brincadeira? Falo muito sério. Pelos anos de experiência que vivi como Diretora Pedagógica Escolar e exercendo também a Psicopedagogia Institucional era o que mais me chamava a atenção a angústia, a tensão que as famílias encaravam as dificuldades educacionais de seus pequenos. Principalmente na época da alfabetização formal, vejo que não é somente a criança que se encontra em processo de alfabetização, toda a família se preocupa, se desgasta em acompanhar o filho, por vezes, trilhar o caminho da alfabetização que acaba se tornando, para alguns, o Caminho das Pedras.

Quando a criança vem cedo para a Escola, os profissionais da Educação têm mais tempo para detectar se a criança possui algum problema, seja do mais simples,por exemplo,visão ou audição até alguns mais complicados como a dislexia ou a temida Hiperatividade que tem várias causas,embora sejam crianças muito inteligentes, não têm a aprendizagem condizente com o grau de inteligência.
São casos e mais casos que abarrotam salas de Coordenadores Pedagógicos que encaminham estas crianças para Neurologistas, Oftalmologistas, Otorrinolaringologistas, Psicólogos, Psicopedagogos e Fonoaudiólogos.

Muitos pais vinham a minha procura nas Escolas por onde passei, ansiosos querendo saber o que poderiam fazer para ajudar seus filhos,sempre respondi: - SENDO PAIS! Criança em casa precisa de Família que a ajude a se organizar, ser cuidadosa com seu material, que lhe eduque, lhe coloque limites e lhe dê muito carinho. É essa a fórmula principal da Família que quer ajudar seu filho na escola, fazer com que ele aprenda a ser responsável, assíduo e pontual, que faça seus deveres de casa. Mas, pára por aí. O desgaste que observava em algumas famílias com crianças que tinham dificuldade de aprender era impressionante, muitos pais acham que os filhos têm preguiça de estudar, porque não entendem que hoje em dia o “estudar” que ele conheceu na escola MUDOU RADICALMENTE! Não dá para se ensinar uma criança para ONTEM, isto é passado.

Precisamos ensinar nossas crianças para um Futuro que desconhecemos como será. Temos algumas idéias de que tipo de Homem precisamos formar para ter sucesso no FUTURO: ser criativo, responsável, aprender a aprender sozinho, ter iniciativa, saber trabalhar em equipe, saber ouvir mais do que falar. Essas são algumas características que a maioria dos teóricos em Educação e Profissionais de Educação consideram como indispensáveis em qualquer sociedade do futuro.

A criança nasce potencialmente pronta para aprender. A falta de aprendizagem é SINTOMA de que algo não vai bem com esta criança. Pais, deixem a educação escolar para ser trabalhada pela Escola, procurem a Equipe Pedagógica para esclarecer qualquer dúvida. Se forem aconselhados a levar seu filho a um especialista, não demorem, qualquer atraso pode redundar em fazer essa criança perder um ano, repetir um ano. Já está provado que repetir um ano escolar derruba qualquer auto-estima infantil. Afinal quem gosta de ser REPROVADO em qualquer situação da vida até hoje, como adulto?

Ninguém melhora com reforço negativo. Saibam que um REFORÇO POSITIVO vale mais que vinte reforços negativos. Brigar com uma criança que tem dificuldade na aprendizagem é quase uma covardia, ela não é preguiçosa, o que o seu corpinho demonstra em se espreguiçar, abrir a boca, pedir para beber água ou ir ao banheiro é um pedido de SOCORRO, “alguém me entenda, por favor? Não estou entendendo nada!”.

Por isso, prezado leitor, é necessário que se escolha bem em que escola vai matricular seu filho, que Teoria de Aprendizagem a escola segue, se é tradicional, se é construtivista, sociointeracionista, montessoriana. Por vezes, a criança que tem problemas escolares numa determinada escola, basta mudar para outra que cessam todos os sintomas descritos acima.

Fonte:untitled

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