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4.09.2009
Modo de preparar alimentos define se a comida é saudável
Modo de preparar alimentos define se a comida é saudável
Hábitos arriscados, como usar a mesma colher ao servir alimentos diferentes e não higienizar tábua entre corte de carne e salada. Tempo de consumo após o cozimento também é importante
Aproveitar a mesma colher para servir alimentos diferentes e cortar carnes e saladas na mesma tábua sem a devida higienização entre as duas tarefas são hábitos que podem gerar sérios danos ao organismo. Os alertas são do especialista em segurança alimentar William Waissmann, responsável pelo site ‘Como Cuidar dos Alimentos’ (www.cuidardosalimentos.fiocruz.br), lançado pela Fiocruz.
“Quando a pessoa usa a colher de uma determinada comida em outra, pode acabar transportando os micróbios e contaminando o alimento puro. Infelizmente essa ainda é prática comum”, diz o especialista, acrescentando que micro-organismos da carne crua podem contaminar saladas e até mesmo alimentos já cozidos, caso sejam colocados no mesmo recipiente.
De acordo com o pesquisador da Fiocruz, o cozimento das carnes deve ser feito em média ou baixa temperatura por tempo prolongado. Para evitar que as partes das carnes próximas aos ossos fiquem mal cozidas, as carnes devem ser descongeladas antes de serem submetidas ao cozimento. E vísceras, como moela, fígado e rim, devem ser bem cozidas porque são alimentos que se contaminam com muita facilidade.
Outro hábito que pode levar riscos à saúde é o descongelamento de carnes e peixes fora da geladeria. Segundo o site, o descongelamento deve ser feito em temperatura inferior a 4 graus positivos. Isso impede que áreas superficiais dos alimentos se mantenham em condições favoráveis à multiplicação dos micro-organismos. A exceção são os produtos em que os fabricantes recomendam que sejam submetidos ao tratamento térmico ainda congelados.
William aponta ainda que a comida deve ser consumida logo após o cozimento para se evitar a proliferação de micróbios prejudiciais à saúde: não se deve deixar os alimentos na chamada zona de perigo — entre 4 graus e 65 graus centígrados — por tempo superior a duas horas, devido ao risco de contaminação e prejuízos como diarreia e enjoo. “O alimento deve estar sempre fresco. Quando a refeição fica em temperatura ambiente, os micróbios mortos durante o cozimento voltam e o estrago pode ser grande”, disse.
O site da Fiocruz oferece ainda orientações sobre compra, preparação, armazenamento e conservação dos alimentos. A página é dividida em dicas para crianças, adolescentes e pacientes especiais. Há ainda vídeos e testes alimentação.
CUIDADOS
PARA CRIANÇAS
Não deixar a geladeira aberta por muito tempo, para que os alimentos não estraguem
Separar os biscoitos que for comer em um prato para evitar levar micróbios da boca para o pacote
Limpar as unhas, mantê-las curtas e lavar as mãos
Não beijar animais de estimação e lavar as mãos após brincar com eles
PARA ADULTOS
Verificar se há poças de água ao redor do refrigerador. Isso é sinal de que o aparelho foi desligado durante a noite e os alimentos podem ter estragado ou ter iniciado esse processo
Quando for ao supermercado, comprar os alimentos perecíveis por último e ir direto para casa após as compras para evitar que os alimentos estraguem
Verificar a embalagem dos produtos e observar a data de validade e a aprovação da vigilância sanitária
Não acumular louça suja com restos de alimento na pia e não utilizar utensílios de madeira, pois estes favorecem a contaminação
Grávidas devem evitar café e comida japonesa
Com sistema imunológico mais sensível, as gestantes devem ter cuidado especial. “Elas devem evitar comida japonesa que leve peixe cru, carnes mal passadas, leite não pasteurizado e brotos, afirma William.
E devem evitar café. Enquanto as não-grávidas levam cerca de cinco horas para metabolizar essa bebida, as gestantes demoram 18. “O ideal é que elas consumam no máximo quatro xícaras de café solúvel por dia. Não é correta essa ideia de comer por dois.”
A ingestão de frutas e hortaliças também é importante. Pesquisa do Ministério da Saúde mostrou que só 15,7% dos brasileiros consomem a quantidade recomendada desses alimentos.
O Dia
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