4.19.2010

Daltonismo, cegueira para cores



Diagnóstico precoce ajuda na escolha da carreira: há profissões que não podem ser exercidas pelos que têm a doença

Rio - O daltonismo — conhecido como ‘cegueira para as cores’ — pode limitar o exercício de determinadas profissões, alerta o oftamologista André Cechinel, da Sociedade Brasileira de Oftalmologia. Por isso, algumas empresas vêm incluindo nos exames de admissão a detecção da doença, diz o médico. Esta deficiência, ligada a um gene masculino, não tem cura. Seu portador não identifica os tons de vermelho e verde.

Exames rotineiros são necessários aos pacientes, que podem ter também outros problemas, como miopia | Foto: Carlo Wrede / Agência O DiaProfissões que lidam diretamente com imagens ou mapas não devem ser exercidas por daltônicos, segundo o especialista. O fator limitador da função são as situações críticas, onde há necessidade da identificação por cores. Exemplos são as carreiras de piloto de avião, controlador de voo, geógrafo e fotógrafo.

Em relação ao trabalho com computadores, alguns programas que usam cores como identificadores causam dificuldades aos daltônicos. Para evitar uma frustração futura e saber lidar com as limitações, é necessário descobrir a deficiência o quanto antes.

Até poucos anos atrás, o daltonismo não era considerado deficiência ocular relevante, já que a maioria dos daltônicos não tem distorções na visão. Isto, segundo Cechinel, não impede que o paciente daltônico desenvolva paralelamente a miopia, por exemplo. “O distúrbio de grau é algo que pode acontecer a qualquer um. Isto vai ser corrigido com os óculos ou lentes de contato, mas o paciente vai continuar daltônico”, diz o oftalmologista.

Por ser uma doença genética, o daltonismo se manifesta ainda na infância. Assim como nos adultos, o exame nas crianças é feito com uma cartela contendo figuras em verde e vermelho. Na cartela, se a criança não sabe identificar o desenho, o médico pede para ela apontar com o dedo o que, por exemplo, é diferente do vermelho. Caso ela não consiga, sabe-se que ela é daltônica.

DIAGNÓSTICO EM CRIANÇAS

Cechinel alerta que, por não haver cura e o diagnóstico ser definitivo, não há necessidade de fazer o exame em crianças muito novas. “Até os 2 anos, é difícil saber se é a manifestação do daltonismo ou dificuldade de aprendizado da criança”, diz. Já a partir dos 3 anos, ele afirma que é possível fazer um diagnóstico mais preciso.

O EXAME

COMO É
Uma cartela com tonalidades diferentes de vermelho e verde nas mesmas figuras é mostrada ao paciente. Dependendo da intensidade da doença, a pessoa não consegue diferenciar que ali há duas cores, ou as identifica, mas com dificuldade.

ONDE FAZER
Hospital Universitário Pedro Ernesto: o paciente deve ser encaminhado por posto de saúde ou médico particular. Por causa das últimas chuvas, não se está marcando pacientes de primeira vez. O serviço deve voltar a funcionar no mês de junho. O telefone de informações do Serviço de Oftalmologia é 2587-6404 e funciona das 8h às 16h.

Hospital dos Servidores: o diagnóstico da doença faz parte dos exames oftalmológicos de rotina. O paciente deve comparecer ao Núcleo de Acolhimento do hospital, portando o encaminhamento de um posto de saúde e seus documentos. O telefone para informações é 2291-3131.

O Dia

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