4.22.2010

Mulher e Depressão


A depressão é uma das doenças modernas mais sérias que existe, ela é capaz de degradar aos poucos a alma de uma pessoa e roubar dela a vontade de viver ou a expectativa de felicidade. As alterações podem ser tantos psíquicas quanto físicas.

A depressão possue vários estágios, o mais ameno é aquele que pode ser considerado uma tristeza que gradualmente se torna constante. Depois existe o tipo mais severo, capaz de levar a pessoa à alto se ferir com objetos cortantes ou até mesmo evitar o contato com os outros.

Os motivos para a depressão acontecer podem variar, em sua maioria são problemas pessoas que acabam deixando a pessoa emocionalmente abalada. O tratamento deve ser feito o mais rápido possível, já que a depressão pode levar ao suicídio.

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, a prevalência de depressão na população geral varia entre 3% e 11%.

Mulheres são acometidas duas ou três vezes mais que homens. De acordo com o psiquiatra Leonardo Gama Filho, estudos relacionam os períodos de mudança dos níveis de estrogênio ao longo da vida das mulheres com os momentos em que elas estariam mais vulneráveis à depressão.

São eles: início da puberdade, antes do ciclo menstrual, após o parto e início da menopausa.

Segundo o médico, quando a puberdade começa, ocorre na mulher uma elevação de estrogênio, que, somada a fatores como influência genética, disfunções nos neurotransmissores e fatores ambientais, pode dar origem à doença.

Os sintomas mais comuns neste período são oscilações de humor freqüentes, tendência ao isolamento social, redução do prazer e do interesse por lazer, hipersensibilidade à rejeição, preocupações acentuadas com a aparência e baixa auto-estima.

“A negação do problema e o não encaminhamento precoce a um profissional capacitado são os principais erros cometidos pelas pessoas mais próximas desses jovens. Outra coisa importante é não censurá-los, e mostrá-los que a fase pela qual passam é decorrente de uma doença séria, para a qual existem tratamentos muito eficazes”.

Outro período propício para episódios depressivos é o que antecede o ciclo menstrual.

Estudos demonstram que, além de uma queda significativa de serotonina, as alterações hormonais podem provocar uma maior retenção de líquidos em todos os órgãos femininos. Isso é capaz de afetar a função cerebral da mulher e pode alterar seu estado emocional, tornando-a irritadiça, mal-humorada, inquieta, com certo grau de ansiedade.

“O tratamento, neste caso, consiste em manter uma dieta rica em fibras, pouco sal e açúcar, peixes e verduras, praticar exercícios físicos, fazer uso de diuréticos e suplementos de vitaminas e sais minerais e, quando necessário, antidepressivos, ansiolíticos e terapia hormonal para inibir a ovulação”, explica.

Das mulheres que têm filhos, entre 10% e 20% apresentam a síndrome depressiva no pós-parto. De acordo com o médico, os níveis de estrogênio que se encontram elevados durante a gravidez caem abruptamente após o nascimento da criança.

Nesta fase, ocorre também uma queda intensa dos níveis de beta-endorfinas, que interfere na produção de neurotransmissores como a serotonina e noradrenalina, causando depressão em mulheres predispostas.

A medida mais importante neste caso é a prevenção. “É importante identificar mulheres com maior risco, e antes do parto, procurar uma psicoterapia de apoio”, aconselha.

Os fatores de risco são: história anterior de depressão pós-parto ou doença mental familiar, pouco suporte social, inexperiência com crianças, gravidez não planejada, pessimismo pré-natal, relações conjugais conflitantes, tentativas anteriores de suicídio e uso de drogas.

No início da menopausa, as mudanças hormonais fazem com que a doença se apresente com os sintomas típicos e ainda com desconfortos físicos, como fogachos, calores noturnos, atrofia mamária, osteoporose, dores articulares, atrofia vaginal e cutânea.

O tratamento nesta fase consiste na associação de antidepressivos com reposição hormonal à base de estrogênio. "As pacientes se beneficiam bastante desta medida terapêutica, notando melhora considerável do sono, de dores articulares e da vida sexual”, garante.

Por Daniele Monte

Tipos de depressão

Reativa – Corresponde a 60% das depressões e surge a partir de situações como perdas (luto, desemprego, aposentadoria...), doença física e uso de drogas ou remédios.

Maior – Desordem grave e não relacionada com situações de estresse. Caracteriza-se, principalmente, por episódios que comprometem a vida normal, como insônia ou excesso de sono, problemas de concentração e perda de apetite. Corresponde a aproximadamente 25% de todas as formas de depressões.

Distimia – Depressão crônica, com duração de, pelo menos, dois anos. Se manifesta por meio de tristeza moderada e o paciente não apresenta tanto comprometimento em sua vida. Porém, ocorre redução na capacidade de vivenciar prazer em várias situações cotidianas.

Melancólica – Apresenta significativo retardo ou agitação psicomotora, despertar matinal precoce (por volta das três horas da manhã) e piora do humor também pela manhã. Há grande risco da pessoa cometer suicídio.

Bipolar – A vítima oscila momentos de humor (entre períodos de euforia ou irritabilidade) com períodos de grande tristeza.

Atípica – Compromete menos o humor. Aumento do apetite e do sono, além de melhora com acontecimentos favoráveis.

Psicótica – Forma grave de depressão, com delírios, alucinações, comportamento desorganizado ou com catatonia (atitude de indiferença ao mundo exterior). Há risco de suicídio.

Pós-parto – Ocorre após o parto, em um período chamado de puerpério. Mulheres que já tenham enfrentado algum quadro de depressão no passado correm mais riscos de ter o problema. A mãe apresenta séria propensão de cometer suicídio ou matar o próprio filho.

Sazonal – Na maioria das vezes, inicia-se no outono ou no inverno e apresenta melhora na primavera ou no verão. Tipicamente encontrada em países mais frios, onde há pouca luminosidade em determinados períodos do ano.

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