10.20.2010

Massagem sem boca a boca

Órgão pede que população priorize novos procedimentos em socorro a vítimas cardíacas

Rio - Cerca de 315 mil brasileiros morrem por ano por doenças cardiovasculares. Pelo menos metade desses óbitos poderia ser evitada se as vítimas recebessem o primeiro atendimento corretamente. Por conta disso, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) divulgou ontem novas diretrizes para ressuscitação em caso de parada respiratória. As normas são voltadas principalmente para a população — e não para os profissionais de saúde.

Arte: O Dia
Arte: O Dia
“Se você se deparar com alguém inconsciente e que não esteja respirando, deve ligar imediatamente para o 192 e começar a massagem cardíaca, sem necessidade de fazer respiração boca a boca”, afirma o coordenador do Centro de Treinamento da SBC, Manoel Canesim. A massagem deve ser intensa e forte — 100 contrações por minuto.

“Ao se preocupar com respiração boca a boca, a pessoa não treinada diminui o número e a qualidade das compressões, o que não é adequado”, completa Sergio Timerman, cardiologista do Instituto do Coração.

De acordo com Canesim, a cada minuto de parada cardíaca, o paciente perde 10% da chance de sobreviver.

Rapidez no socorro

Além disso, se a massagem cardíaca demorar mais de 3 minutos para ser iniciada, fatalmente o paciente poderá ter dano cerebral. Após 10 minutos, a morte é irreversível.

Outra importante técnica recomendada — dessa vez para profissionais de saúde — é a hipotermia: diminuição controlada da temperatura do corpo de pacientes para recuperação de células e tecidos danificados pela baixa oxigenação do sangue.

Segundo Canesim, o uso da técnica aumenta em 30% a chance de sobrevida do paciente. “Quando você diminui a temperatura do corpo de 37 graus para 35, 32 graus, reduz a liberação de toxinas no organismo. Depois, o ideal é realizar o cateterismo de urgência”, conclui o médico.
POR CLARISSA MELLO
O Dia

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