Pesquisa sugere que consumo de água com maior concentração de lítio pode impedir que as pessoas atentem contra a própria vida
Publicado na edição deste mês do prestigiado “The British Journal of Psychiatry”, o trabalho foi realizado por cientistas da Universidade de Viena, na Áustria. Eles analisaram 6.460 amostras de água coletadas em todos os 99 distritos do país. Verificou-se que nas dez regiões com os níveis mais reduzidos do mineral, a taxa de suicídio era de 16 por 100 mil habitantes. Por outro lado, nas dez áreas nas quais a quantidade de lítio era maior, a taxa registrada era de 11 por 100 mil habitantes.
O resultado – muito similar ao obtido em trabalhos anteriores, realizados nos Estados Unidos, Japão e Inglaterra – suscitou polêmica. Alguns especialistas chegaram a defender a adição do mineral à água da população, nos mesmos moldes do que é feito com o flúor com o objetivo de proteger os dentes contra as cáries. “Talvez devêssemos olhar para o campo da saúde dental. A colocação do flúor reduziu o risco de cáries”, escreveu Allan Young, da University of British Columbia, do Canadá, no comentário que fez, no “British Journal of Psychiatry”, sobre o artigo dos colegas austríacos. Porém, o próprio pesquisador em seguida coloca ponderações. “Mas essa medida também levantou controvérsias: de bioquímicas e estéticas aos direitos dos indivíduos de exercer sua liberdade de escolha.”
Os responsáveis pelo trabalho, porém, rejeitam qualquer proposta nesse sentido. “Claramente não sugerimos que o lítio seja adicionado à água a ser consumida pela população como uma maneira de prevenir o suicídio”, disse à ISTOÉ Nestor Kapusta, coordenador do estudo. “Mas poderia ser benéfico beber a água das regiões com concentrações mais elevadas do mineral.”
Isto é
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