10.20.2014

OS CUIDADOS PARA UMA GESTAÇÃO PÓS-CIRURGIA BARIÁTRICA


Os cuidados para uma gestação pós-cirurgia bariátrica
É sempre importante lembrar que a gestante submetida a uma cirurgia bariátrica é uma paciente multidisciplinar e não apenas do seu obstetra. 
No Brasil, mais de 80% das cirurgias bariátricas são realizadas em mulheres e, deste grupo, 50% estão na faixa entre 20 e 40 anos, ou seja, em plena idade fértil. Consequentemente, tem sido cada vez mais expressivo o número de pacientes que recorrem a este tipo de cirurgia e engravidam depois do procedimento. Os benefícios do procedimento são muitos e amplamente conhecidos, no entanto, os obstetras devem ficar atentos a possíveis complicações nesse grupo de pacientes.

O cirurgião-geral do Hospital e Maternidade Santa Joana, Dr. Sérgio Lucchesi, explica que embora o procedimento cirúrgico hoje seja muito seguro, realizado por via laparoscópica na maioria das vezes, existem as chamadas complicações tardias da cirurgia. ‘’A mais grave é a torção do mesentério. Com a demora do diagnóstico, o intestino poderá sofrer uma isquemia que, se não for operada a tempo, pode levar a situações graves’’, afirma o cirurgião.

Diante desses casos, pacientes e obstetras devem ficar atentos aos sintomas de uma possível complicação. ‘’Os mais frequentes são dores e distensões abdominais, além de vômitos. Em geral, após os quatro meses de gestação, quando o útero já está bastante aumentado e pode pressionar outros órgãos internos’’, diz o profissional.

A atenção deve ser redobrada, pois esse tipo de complicação não aparece no exame de ultrassonografia, apenas em exames de raios-X ou tomografia, que não são aconselhados durante a gestação, por isso, o método diagnóstico mais indicado é a ressonância magnética com o elemento químico chamado gadolínio, que representa menos risco, por conta da menor radiação. ‘’Com um diagnóstico afirmativo, a correção para o problema é cirúrgica’’, diz o médico.

É sempre importante lembrar que a gestante submetida a uma cirurgia bariátrica é uma paciente multidisciplinar, que requer acompanhamento não apenas do obstetra, mas também do cirurgião que a operou, de um endocrinologista e de uma equipe de nutrição. É indicado que a mulher faça exames a cada trimestre para verificar se há alguma carência de nutrientes.

O aspecto emocional também não pode ser deixado de lado, sendo necessário um suporte psicológico nesses casos em que a mulher perdeu bastante peso e, de repente, se vê engordando com a barriga da gravidez crescendo.

Para evitar essas complicações durante a gestação, o especialista recomenda que a mulher espere pelo menos 18 meses antes de tentar uma gestação. Nesse grupo de pacientes, a perda de peso é bastante expressiva, às vezes superando uma redução de 40kg a 50kg. ‘’Esse quadro pode levar à desnutrição. É comum que essas mulheres apresentem falta de proteínas, de vitaminas, de ácido fólico e isso pode prejudicar a saúde dela e a do bebê, se a gravidez ocorrer logo após a cirurgia. Esta é uma orientação importante que os obstetras devem transmitir a essas pacientes’’, finaliza o médico.

Um comentário:

Anônimo disse...

Já o outro candidato se eleito promete acabar com "bafômetro" na Lei seca, por considerar um verdadeiro absurdo ter que fazer este teste, quando se toma apenas um chopp,uma dose de wisk ou uma taça de champanhe.