De acordo com a ONU, mais de seis milhões
de pessoas, um em cada cindo iemenitas,
estão passando fome. Diplomatas tentam
negociar cessar-fogo em Genebra
Mais de 21 milhões de iemenitas, 80% da população, precisam
de assistência humanitária urgente, alertou nesta sexta-feira
o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da
Organização das Nações Unidas (ONU). "Estamos diante de
uma catástrofe humanitária", disse em entrevista coletiva
Jens Laerke, porta-voz da ONU, acrescentando que
"os serviços públicos estão colapsando em todas as regiões do país".
Elisabeth Byrs, porta-voz do Programa Mundial de
Alimentos, outro órgão vinculado à ONU, denunciou que
mais de seis milhões de pessoas sofrem com insegurança
alimentar severa "a níveis de emergência e precisam de
assistência humanitária imediata". O termo insegurança
alimentar é o jargão técnico para pessoas que estão passando
fome diariamente. "Este número de seis milhões de pessoas
que precisam de ajuda urgente constitui um em cada cinco
iemenitas", completou Elisabeth. O Programa Mundial de
Alimentos conseguiu distribuir nas últimas semanas comida
para 1,7 milhão de pessoas em onze regiões, mas a porta-voz
assumiu que é uma fração muito exígua do que realmente
deveria ser entregue.
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Ismail Ould Cheikh, o diplomata da ONU que está tentando
intermediar um cessar-fogo no Iêmen, espera anunciar
progresso até o fim desta sexta-feira, mas as conversas
podem continuar ao longo do fim de semana em Genebra,
disse o porta-voz da Ahmad Fawzi. "Seu maior objetivo
é chegar a um fim das hostilidades, ele está trabalhando
arduamente para chegar a isto, para que também
possamos acertar um mecanismo que não só monitore
o fim dos conflitos, mas entregue ajuda o mais rápido
possível", disse Fawzi.
O Iêmen vive uma grave crise política desde 2011, que
se aguçou com o levante armado dos rebeldes
xiitas houthis, que contam com o apoio do Irã. Em
março, os rebeldes expulsaram o governo da capital Sana
e entraram em confronto com as forças leais ao presidente
expulso Abd Rabbo Mansour Hadi, que está refugiado
em Riad. A Arábia Saudita lidera uma coalizão que
combate os rebeldes houthis.
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