Estudo do Idec mostrou ainda que no quesito Transparência e Prestação de Contas houve evolução das instituições nacionais
Corrupção se comparados com outras instituições financeiras do mundo.
Esta é a conclusão do estudo sobre Transparência e Responsabilização
do Setor Financeiro, divulgado na terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro
de Defesa do Consumidor (Idec), que avaliou 47 bancos em sete países sob
dois grandes aspectos: Transparência e Prestação de Contas e Impostos
e Corrupção.es financeiras da Bélgica, França, Indonésia, Japão, Holanda
e Suécia também foram avaliadas e compõem o relatório de mais de 120
páginas. A pesquisa brasileira classificou os bancos em três categorias:
líderes, seguidores e retardatários. Nos outros seis países, o estudo
foi feito por organizações que compõem a rede Fair Finance Guide
International.No quesito Impostos e Corrupção, apenas
o Santander atingiu o patamar dos seguidores, enquanto
Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal
e HSBC pontuaram dentro da escala dos retardatários.
A análise brasileira concluiu que, embora nenhuma das
instituições pesquisadas tenha avançado em suas políticas
de Transparência e Prestação de Contas ao ponto de
serem consideradas líderes, há uma tendência de
melhoria, visto que Itaú, Santander, Banco do Brasil e
Bradesco obtiveram pontuação que os coloca na
categoria de seguidores, enquanto que apenas duas,
Caixa Econômica Federal e HSBC, permaneceram como
retardatárias. Dos bancos atuantes no Brasil,
apenas o Itaú está no pelotão dos dez primeiros no
tema Transparência e Prestação de Contas. Após o
Itaú, o Santander é o banco com atuação no Brasil
que aparece na lista, mas em 11º no assunto Impostos
e Corrupção.
O HSBC, banco que recentemente se viu envolvido em denúncias
relativas a contas secretas de milhares de correntistas na Suíça,
inclusive mais de 8 mil pertencentes a brasileiros, ficou na pior
colocação entre as instituições financeiras do País nos dois
grandes temas, o que reforça, em certa parte, essas recentes
denúncias. O banco britânico também foi mal avaliado na
Indonésia, demonstrando que a falta de boas políticas em transparência é seu desafio global.
“A tendência dos bancos que seguem diretrizes internacionais,
principalmente europeias, é de terem um melhor desempenho
na pesquisa. O processo de internacionalização também
pode contribuir para melhores políticas, desde que o ambiente
regulatório destes países seja mais rígido e imponha uma
pressão mais forte”, explica o consultor do projeto pelo Idec, Lucas Salgado.
Comparando os resultados detalhados dos bancos
brasileiros com os do outros países que participaram
da pesquisa, nota-se um desempenho semelhante em todos
os países, sem que haja prevalência positiva ou negativa.
Mas esta não é uma boa notícia, já que quase 60% das
instituições pesquisadas marcaram menos de 4 pontos
em 10 possíveis no quesito transparência, por exemplo.
Os destaques positivos ficaram nas mãos de apenas três
bancos, que obtiveram mais de 6 pontos: o holandês
ASN Bank (8,1), a filial indonésia do Citibank (6,8) e o
Van Lanschot, que opera na Holanda e na Bélgica (6,1).
No ambiente brasileiro, o debate gira em torno de temas
como uma maior transparência de bancos públicos e de
ações de autorregulação dos bancos por meio da Febraban
(Federação Brasileira dos Bancos). “O objetivo deste relatório,
e do projeto todo, é disponibilizar ao usuário informações
que possam contribuir para uma escolha mais consciente
entre este ou aquele banco e, ainda, permitir que ele exija
das instituições financeiras uma postura cada vez mais
responsável, o que refletirá na sociedade. Pelo lado dos
bancos, a ideia é que os relatórios sejam uma ferramenta
que contribua para o processo de implantação de melhores
políticas”, afirma Lucas.
Durante o processo de pesquisa, o Idec enviou correspondência
a todos os bancos avaliados, informando também a metodologia
utilizada e compartilhando os resultados obtidos ao final.
No Brasil, o envolvimento dos bancos ainda é muito pequeno,
diferentemente do que acontece na Holanda, onde eles
participam ativamente de reuniões e estão abertos ao diálogo.
Veja na tabela abaixo o desempenho dos bancos pesquisados:
Terra
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