Delcídio Amaral divulga nota e desmente reportagem da IstoÉ que apresentou sua suposta delação premiada. Matéria pautou os principais veículos de comunicação do Brasil nesta quinta-feira
Delcídio desmente IstoÉ. Teria a revista cometido uma das maiores barrigadas do jornalismo brasileiro dos últimos tempos?
O
senador Delcídio Amaral (PT-MS) divulgou uma nota na tarde desta
quinta-feira (3) na qual desmente conteúdo da reportagem da revista
“IstoÉ”, que dizia que ele teria feito um acordo de delação premiada e
citado a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente da República Luiz
Inácio Lula da Silva, ambos do PT.
A matéria da revista foi divulgada de forma destacada por todos os grandes veículos de comunicação do Brasil nesta quinta.A nota divulgada por Delcídio diz que nem ele e “nem sua defesa confirmam o conteúdo da matéria assinada pela jornalista Débora Bergamasco”.
A nota prossegue dizendo que, “em momento algum, nem antes, nem depois da matéria, fomos contatados pela referida jornalista para nos manifestarmos sobre a fidedignidade dos fatos relatados”.
Mais cedo, um dos advogados do senador já havia demonstrado surpresa com o conteúdo da reportagem. O advogado responsável pela defesa no seu processo de cassação no Senado, Gilson Dipp, afirmou não saber da existência de uma delação e se demonstrou incomodado com a notícia. “É novidade para mim, senão eu não estaria brigando tanto na defesa. Como que eu ia perder tempo assim no Senado?”, indagou.
Os citados na suposta delação de Delcídio já desmentiram as informações divulgadas pela revista.
Mais cedo, o Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também havia tratado com ironia a ‘notícia’ da suposta delação premiada de Delcídio Amaral: “Não discuto ato jornalístico, que não é jurídico”, afirmou.
O ministro José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União) disse que Delcídio “não tem credibilidade” nem “prima por dizer a verdade” e, caso tenha feito uma delação premiada para colaborar com a Operação Lava Jato, é possível que seja uma “retaliação” ao governo Dilma por não tê-lo ajudado a sair da prisão.
“Ele não tem credibilidade. Não será o cumprimento de uma vingança espúria, já que ele poderia ter condicionado a delação à omissão das informações até que pudesse ficar livre de uma eventual cassação? Se alguém quer dar credibilidade a isso, que dê. Delcídio parece querer dividir o ônus do que fez com os outros”, afirmou Cardozo.
O ex-ministro da Justiça minimizou também o impacto das delações premiadas. “A delação é um ponto de partida e não um ponto de chegada, não é conclusão de inquérito; Não pode ter peso de sentença. A delação de Delcídio não para em pé porque nós (do governo) sabemos o que aconteceu.”
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada por Delcídio do Amaral:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Em respeito ao povo brasileiro e ao
interesse público, o Senador Delcídio Amaral e a sua defesa vêm se
manifestar sobre a matéria publicada na Revista IstoÉ na data de hoje.
À partida, nem o Senador Delcídio, nem a sua defesa confirmam o conteúdo da matéria assinada pela jornalista Débora Bergamasco.
Não conhecemos a origem, tampouco reconhecemos a autenticidade dos documentos que vão acostados ao texto.
Esclarecemos que em momento algum,
nem antes, nem depois da matéria, fomos contatados pela referida
jornalista para nos manifestarmos sobre fidedignidade dos fatos
relatados.
Por fim, o Senador Delcídio Amaral reitera o seu respeito e o seu comprometimento com o Senado da República.
SENADOR DELCÍDIO AMARAL
ANTONIO AUGUSTO FIGUEIREDO BASTO
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