"Depois da provável cassação da Dilma pelo Senado, ainda falta um ato para que se possa dizer que la commedia è finita: a absolvição do Eduardo Cunha", diz o escritor Luis Fernando Verissimo, um dos maiores intelectuais brasileiros; "Pela lógica destes dias, depois da cassação da Dilma, o passo seguinte óbvio seria condecorarem o Eduardo Cunha. Manifestantes: às ruas para pedir justiça para Eduardo Cunha!"; neste fim se semana, Le Monde e New York Times ridicularizam o Brasil; no jornal francês, o impeachment foi chamado de golpe ou farsa; no NYT, Dilma é devorada por ratos; Verissimo faz ainda um lembrete: "evite olhar-se no espelho e descobrir que, nesta ópera, o palhaço somos nós"
247 – A
tragicomédia brasileira de 2016, em que a presidente honesta é afastada
por políticos corruptos, por meio de um golpe parlamentar, foi retratada
pelo escritor Luis Fernando Verissimo, no artigo Ri, palhaço.
"Depois da provável cassação da Dilma pelo Senado, ainda falta um ato para que se possa dizer que la commedia è finita:
a absolvição do Eduardo Cunha. Nossa situação é como a ópera
“Pagliacci”, uma tragicomédia, burlesca e triste ao mesmo tempo. E acaba
mal", diz ele.
"O Eduardo Cunha pode
ganhar mais tempo antes de ser julgado, tempo para o corporativismo
aflorar, e os parlamentares se darem conta do que estão fazendo, punindo
o homem que, afinal, é o herói do impeachment. Foi dele que partiu o
processo que está chegando ao seu fim previsível agora. Pela lógica
destes dias, depois da cassação da Dilma, o passo seguinte óbvio seria
condecorarem o Eduardo Cunha. Manifestantes: às ruas para pedir justiça
para Eduardo Cunha!"
Verissimo faz ainda um lembrete: "evite olhar-se no espelho e descobrir que, nesta ópera, o palhaço somos nós."
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