GOVERNO ENCURRALADO
Tornar a defesa de Michel Temer "acessível" àqueles que não têm formação jurídica com argumentos tão infantis, para alguns críticos tão irascíveis quanto eu, equivale a zombar da inteligência dos brasileiros. Mas, pensando bem, faz todo o sentido quando nos lembramos dos "foliões" que há tempos desfilaram com blocos carnavalescos, como o MBL, achando que estavam combatendo a corrupção.
A charge de Benett retrata bem a geopolítica de Temer e da direita pré-queda do Muro de Berlim, mas perde a oportunidade de incluir na mesma tela a esquerda contemporânea que ainda sonha com Guevara e Stalin, mas acorda com Kim, Raul Castro e outros já bem maduros. A geriatria política brasileira, à direita e à esquerda, está putrefazendo o debate nacional.
Rasgar a CLT na maior crise vista no país equivale a corroer a tênue estrutura de proteção social que civiliza minimamente as relações entre capital e trabalho. Debaixo de um desemprego monstruoso, a redução de direitos trabalhistas será o prenúncio de uma tragédia gigantesca que vem sendo vendida como solução.
Mais uma vez, a Folha erra, omite informações e não ouve o outro lado em texto que menciona Baleia Rossi. Não se assemelha a situação do parlamentar à de outros dirigentes partidários. A PGR recomendou ao STF o arquivamento e a não homologação do depoimento de Duda Mendonça. Citada pelo marqueteiro, a Odebrecht entregou uma lista de 415 políticos; Baleia Rossi não está nela. Também não está entre os 1.800 políticos citados pela JBS. A Folha se nega a registrar esses dados.
O editorial "Limbo legislativo" aponta com muita propriedade o grave problema do Legislativo, que só funciona à custa de emendas e cargos. Em vez de a Alesp gastar R$ 35 milhões com publicidade daquilo que não é feito, deveria analisar com profundidade projetos de interesse da sociedade.
O deputado Campos Machado omite que a PEC 5, que fixa o teto salarial de servidores de São Paulo em R$ 30,5 mil, beneficiará os que ganham mais. A um custo de quase R$ 1 bi, pouco mais de 5 mil servidores teriam salários altíssimos, em detrimento de outros 700 mil. Seria suficiente para aumentar em 40% o salário de toda a Polícia Civil ou em 10% o dos professores estaduais. Enquanto o Estado se esforça para enfrentar a pior crise econômica da história, aprovar a PEC 5 seria inconsequente.
Tornar a defesa de Michel Temer "acessível" àqueles que não têm formação jurídica com argumentos tão infantis, para alguns críticos tão irascíveis quanto eu, equivale a zombar da inteligência dos brasileiros. Mas, pensando bem, faz todo o sentido quando nos lembramos dos "foliões" que há tempos desfilaram com blocos carnavalescos, como o MBL, achando que estavam combatendo a corrupção.
CELSO BALLOTI (São Paulo, SP)
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Na defesa de Michel Temer, o advogado Antonio Mariz só faltou dizer que o presidente é recatado e do lar.
MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP)
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O artigo assinado pelo presidente Temer na Folha,
como peça de defesa, vale tanto quanto um canivete sem cabo que perdeu a
lâmina. Ele ignora que nada é mais evidente do que fatos concretos.
Tentativas de explicações devem ser enviadas apenas para a velhinha de
Taubaté.
JOSÉ DALAI ROCHA (Belo Horizonte, MG)
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O advogado de defesa do presidente Temer, Antonio Claudio Mariz, fez
diversas perguntas um tanto pueris, tais como: onde está o indício de
que os R$ 500 mil recebidos por meio de seu ex-assessor Rodrigo Rocha
Loures se destinariam a Michel Temer? Nós faríamos apenas uma pergunta: o
que fazia Joesley Batista, altas horas da noite, conversando com o
presidente no Jaburu? Para o defensor Mariz, era bem provável que
estivessem tratando de entrega de "filés especiais" para o presidente.
JOÃO HENRIQUE RIEDER (São Paulo, SP)
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O artigo de Temer apenas veio a acrescentar tristeza aos sentimentos que
tomam conta de mim toda vez que o nosso presidente se pronuncia. Ele
tenta nos convencer de que está sendo vítima de uma manipulação
ardilosa. Temos que relembrar o epíteto que diz que "à mulher de César
não basta ser honesta, há que parecer honesta". Para o povo brasileiro
está claro que suas atitudes não têm sido honestas, inclusive as que tem
tomado para se defender, tratando-nos como idiotas.
JOSÉ ELIAS AIEX NETO (Foz do Iguaçu, PR)
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Sim, o povo brasileiro anda humilhado, envergonhado, sofrido,
abandonado, explorado. Estamos perdendo a capacidade de sonhar com um
país melhor, um país decente. Por isso, vamos lutar por leis duras
contra a corrupção, contra a criminalidade, contra impostos e juros
escorchantes. É hora de endurecer as leis contra o mal, para o bem de
todos. Não queremos ser como a Venezuela, a Síria ou outros países
destroçados.
JAIME PEREIRA DA SILVA (São Paulo, SP)
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Se é para nos representar, Temer deve cancelar ida ao G20 por falta de passaporte.
JORGE A. NURKIN (São Paulo, SP)
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DIREITA X ESQUERDA
A charge de Benett retrata bem a geopolítica de Temer e da direita pré-queda do Muro de Berlim, mas perde a oportunidade de incluir na mesma tela a esquerda contemporânea que ainda sonha com Guevara e Stalin, mas acorda com Kim, Raul Castro e outros já bem maduros. A geriatria política brasileira, à direita e à esquerda, está putrefazendo o debate nacional.
WILSON CASTRO FERREIRA JR. (Campinas, SP)
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REFORMA TRABALHISTA
Rasgar a CLT na maior crise vista no país equivale a corroer a tênue estrutura de proteção social que civiliza minimamente as relações entre capital e trabalho. Debaixo de um desemprego monstruoso, a redução de direitos trabalhistas será o prenúncio de uma tragédia gigantesca que vem sendo vendida como solução.
PAULO TEIXEIRA SABÓIA (São Paulo, SP)
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Dado o teor da reforma trabalhista, o fim do imposto sindical
é questão acessória. É o equilíbrio compatível com a divisão social do
trabalho, não o imposto sindical, a grande conquista que a reforma está
inutilizando. O sindicalismo tem na sua origem a marca do desafio. As
mudanças que se avizinham não impedirão a continuidade da luta, tampouco
a sobrevivência das entidades que jamais se desviaram da sua vocação de
defender o trabalhador.
FRANCISCO SOARES DE SOUZA, presidente do Sindicato dos Frentistas de Campinas (Campinas, SP)
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PMDB
Mais uma vez, a Folha erra, omite informações e não ouve o outro lado em texto que menciona Baleia Rossi. Não se assemelha a situação do parlamentar à de outros dirigentes partidários. A PGR recomendou ao STF o arquivamento e a não homologação do depoimento de Duda Mendonça. Citada pelo marqueteiro, a Odebrecht entregou uma lista de 415 políticos; Baleia Rossi não está nela. Também não está entre os 1.800 políticos citados pela JBS. A Folha se nega a registrar esses dados.
BALEIA ROSSI, deputado federal (PMDB-SP) (São Paulo, SP)
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RESPOSTA DO JORNALISTA JOÃO PEDRO PITOMBO - A reportagem afirma
claramente que o deputado Baleia Rossi não é investigado, tendo sido
apenas citado no contexto da proposta de delação do marqueteiro Duda
Mendonça. O posicionamento do deputado sobre a citação também foi
destacado.
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ALESP
O editorial "Limbo legislativo" aponta com muita propriedade o grave problema do Legislativo, que só funciona à custa de emendas e cargos. Em vez de a Alesp gastar R$ 35 milhões com publicidade daquilo que não é feito, deveria analisar com profundidade projetos de interesse da sociedade.
ANTÔNIO TUCCILIO, presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (São Paulo, SP)
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TETO DO FUNCIONALISMO
O deputado Campos Machado omite que a PEC 5, que fixa o teto salarial de servidores de São Paulo em R$ 30,5 mil, beneficiará os que ganham mais. A um custo de quase R$ 1 bi, pouco mais de 5 mil servidores teriam salários altíssimos, em detrimento de outros 700 mil. Seria suficiente para aumentar em 40% o salário de toda a Polícia Civil ou em 10% o dos professores estaduais. Enquanto o Estado se esforça para enfrentar a pior crise econômica da história, aprovar a PEC 5 seria inconsequente.
PEDRO TOBIAS, deputado e presidente estadual do PSDB-SP (São Paulo, SP)
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A PEC 5 do deputado Campos Machado é acerto meia-sola. Estabelecer tetos
e sub-tetos é apenas parte do problema. Para o bem das finanças
públicas e para pôr fim aos privilégios da casta, é preciso igualar o
limite máximo das aposentadorias públicas e privadas; isso é botar o
dedo na ferida.
PAULO TARSO J SANTOS (Barretos, SP)
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