Essa ausência é um vexame em escala planetária. Fará com que o mundo inteiro perceba que, simbolicamente, o Brasil simplesmente desapareceu do mapa global. Na imprensa internacional, assim como na comunidade acadêmica, é praticamente consensual a visão de que o Brasil desperdiçou seu peso geopolítico ao embarcar numa aventura política – a dos golpes parlamentares – que tinha apenas dois antecedentes recentes na América Latina: Honduras e Paraguai.
Coincidência ou não, líderes internacionais passaram a evitar o Brasil em seus giros internacionais. Foi o que aconteceu recentemente, por exemplo, com a chanceler alemã Angela Merkel. O Papa Francisco também deixou claro que não pisará em solo brasileiro enquanto a democracia não for restabelecida.
Esse desprestígio internacional custa muito caro e a elite nacional ainda não se deu conta dos prejuízos causados ao País por esse rebaixamento na cena global. O Brasil, antes tido como bola da vez, passou a ser visto como uma ave exótica, que decidiu sabotar seu próprio futuro. Não por acaso, o País despencou em todos os rankings de investimento internacional, desde que esse processo autofágico se iniciou.
O mais triste, ao ver o Brasil de fora de uma cúpula do G-20, é lembrar dos esforços diplomáticos do Itamaraty para que este foro – e não mais o G-7 – se tornasse o principal palco de debates sobre a economia internacional. No período que se seguiu à crise financeira de 2008, o Brasil era saudado como o integrante do G-20 que melhor respondeu à débâcle, com menos impactos no PIB e no emprego.
Resta, agora, sonhar para que esse seja apenas um breve hiato na história do Brasil, um país que, de admirado, se converteu numa vergonha planetária.
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