O economista e cientista político Luiz Carlos Bresser-Pereira defende uma reforma política para evitar que a governabilidade dependa da compra e venda de parlamentares; embora honesta, a presidente legítima Dilma Rousseff caiu por não conseguir comprar a turma de Eduardo Cunha; já Temer, denunciado por corrupção, se mantém comprando parlamentares; "É essencial que o problema da governabilidade seja enfrentado. O presidente não pode ser obrigado a 'comprar' os parlamentares para conseguir aprovar seus projetos de lei", diz Bresser Pereira, ao defender o modelo de votação distrital misto, adotado pela Alemanha desde o pós-guerra; "O eleitor vota no candidato do distrito e no partido, sendo 50% dos deputados eleitos por distritos e 50% pelo voto proporcional em listas fechadas apresentadas aos eleitores pelos partidos políticos", afirma
Reforma política
Os dois critérios fundamentais de uma reforma política que faça sentido para o Brasil são barateamento das campanhas e governabilidade – esta entendida como o fato de o partido que ganha a eleição presidencial eleger um número de deputados substancialmente maior do que a proporção de votos que o partido recebeu.
Ontem a Comissão da câmara que analisa a reforma política aprovou o distritão, que não resolve nem o problema da governabilidade nem o da redução dos custos das campanhas. E resolveu este segundo problema com o aumento com um orçamento de R$ 3,6 bilhões.
É essencial que o problema da governabilidade seja enfrentado. O presidente não pode ser obrigado a "comprar" os parlamentares para conseguir aprovar seus projetos de lei. A forma mais simples e segura de aumentar a governabilidade é instaurar o voto distrital, que é adotado em praticamente todas as grandes democracias do mundo.
Mas, como distorce de forma excessiva a proporcionalidade, a alternativa ideal é o sistema distrital misto, que a Alemanha adota desde o após-guerra: o eleitor vota no candidato do distrito e no partido, sendo 50% dos deputados eleitos por distritos e 50% pelo voto proporcional em listas fechadas apresentadas aos eleitores pelos partidos políticos.
Adicionalmente, é preciso estabelecer cláusula de barreira para reduzir o número de partidos
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