Documento oficial do Instituto de Medicina da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, do início da década de 90, definiu Saúde Pública como uma missão, a viabilização de um bem social comum, a garantia das condições de saúde para a população. Essa missão abarcaria uma ampla gama de ações individuais e coletivas, articuladas no esforço comum da promoção da saúde e prevenção e tratamento das doenças. Neste sentido, a Saúde Pública diz respeito ao conjunto da sociedade e, na dimensão técnica, envolve e aproxima um grande número de categorias profissionais.
Além das ações tradicionais, como a organização dos serviços e sistemas de saúde, de atenção individual e coletiva, dizem também respeito à Saúde Pública, questões relativas ao ambiente, à alimentação, à educação, à segurança, enfim à garantia de uma qualidade de vida para indivíduos no mundo atual e com a perspectiva de poder legar às gerações futuras um mundo melhor.
Esta visão está presente no pensamento que tem orientado as mudanças nas políticas de saúde no Brasil, a partir da Constituição de 1988, em que o princípio do direito universal à atenção à saúde se traduziu em diretrizes para a descentralização e integralidade das ações, e na garantia da participação comunitária.
Está evidente para todos os profissionais da área da saúde a enorme distância ainda existente entre estes objetivos e a realidade nos serviços de saúde e da saúde da população brasileira. Em nova fase, a revista da AMB abre um espaço para a publicação de estudos que aprofundem o diagnóstico de saúde da população brasileira e as propostas de intervenção realizadas. Busca, assim, promover ao mesmo tempo um maior intercâmbio entre o conhecimento e as metodologias de pesquisa das áreas da prática clínica e da saúde pública/coletiva. Esperamos, dessa forma, contribuir para essa que é, sem dúvida, nossa missão comum: a saúde da população.
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