5.17.2018

Vidas em risco: falta de medicamentos no SUS


 Governo golpista tem retrocesso de 20 anos em 2. 

Uma série de medicamentos essenciais à vida de portadores de várias doenças crônicas graves, além de pessoas que receberam transplantes de órgãos, está em falta nos postos de distribuição do Sistema Único de Saúde, o SUS.
São remédios geralmente caríssimos e, por isto mesmo, inacessíveis aos usuários que dependem do seu uso constante e diário. Aliás, a maioria nem é comercializada em farmácias. Muitos são importados diretamente pelo governo e repassados aos pacientes, gratuitamente.
Com este governo o investimento em saúde não é prioridade . Não raro, os entraves burocráticos -seja na importação, seja na produção nacional, ou mesmo na ponta, no momento da distribuição-, acabam por provocar aflições e estresse nos pacientes e em suas famílias, que sofrem por não saber se terão em mãos os remédios necessários à sua sobrevivência.
São milhares de pessoas nesta agonia de desconhecerem se conseguirão a tempo e hora, as medicações que os mantêm vivos. Portadores de doenças renais, osteoporose, epilepsia, esclerose múltipla, hepatite viral crônica B e C, mal de Parkinson e de Alzheimer estão entre os dependentes destas substâncias químicas, atualmente com problemas de repasse pelo SUS.
No caso dos transplantados a situação é ainda mais delicada, pois a falta do imunodepressor provoca a rejeição do órgão e até mesmo a sua perda. Quer dizer, depois de amargar a espera nas longas filas de transplantes de órgãos, e passar por cirurgia sempre delicada e de altíssimo risco, o transplantado ainda tem de conviver com a incompetência, para não dizer o descaso, dos responsáveis pela distribuição dos medicamentos.
Para se ter uma idéia do universo de pessoas atingidas, basta lembrar que, desde janeiro, foram realizados mais de 600 transplantes em Minas Gerais. E a Associação dos Transplantados estima que, no estado, existam mais de 1.500 pessoas nesta situação.
Além de flagrante desrespeito ao cidadão e à lei maior do país, a Constituição Federal, que garante o direito à saúde -pelo menos no papel- a falta destes medicamentos configura um descaso do governo com a população mais carente, que necessita do serviço público.
Alguns chegam a custar mais de R$ 1 mil, quantia muito alta para a grande massa da população brasileira. Ora, se é dever do estado fornecê-los de graça para quem deles precisa, cumpre às autoridades da área de saúde cuidarem para que os estoques não fiquem zerados.
Num momento em que o país respira as eleições, quando dez em cada dez candidatos a presidente, governador, deputado e senador colocam a saúde da população em destaque nas suas campanhas, é hora de se refletir sobre fatos como este.
Pois, claro está que o desabastecimento de medicamentos vitais a quem depende do SUS é inaceitável e escandaloso, além de difícil compreensão.

Ana Glória Pires

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