Diet ou light?
Os produtos diet foram os primeiros a surgir no País. "São alimentos que tiveram uma substância, como o açúcar, retirada ou substituída 100% por outra", explica a nutricionista Adriana Peloggia de Castro. Foram criados com finalidades terapêuticas para pessoas que não podem consumir açúcar, como os diabéticos; uma grande quantidade de sal, como os hipertensos, entre outros.
"É preciso entender que um produto diet não é necessariamente menos calórico que um alimento convencional", afirma Adriana. O exemplo mais conhecido é o do chocolate diet, que, apesar de não ter açúcar, é bem mais calórico que o convencional, pois possui mais gorduras. Devido a esta confusão, surgiu uma nova linha de produtos, os light. "Nesse caso, o alimento teve redução de, no mínimo, 25% em algum dos seus nutrientes, se comparado ao convencional."
Uma dica importante dada pela nutricionista Sandra Chemim Seabra da Silva é prestar muita atenção aos rótulos dos produtos. "Os nutrientes que realmente engordam são os carboidratos (entre eles, o açúcar), as gorduras e as proteínas", afirma. A soma da quantidade dessas substâncias é o que determina se um produto tem mais calorias que outro.
Mas é preciso ficar muito atento a outras informações. De acordo com Sandra, alguns rótulos mostram a quantidade dos nutrientes por porções ou mesmo por 100 gramas, quando, na verdade, o produto possui mais que isso. "Uma lata de Coca-Cola, por exemplo, mostra um total de 85 kcal em cada 200 ml, mas a lata possui 350 ml." O consumidor pode olhar as calorias do produto e achar que está ingerindo apenas 85 kcal, o que não é verdade.
Quanto às pessoas que possuem algum tipo de restrição alimentar, a quantidade de todos os nutrientes deve ser levada em conta. "Uma pessoa com anemia deve olhar se há ferro no produto, uma com osteoporose precisa de mais cálcio, já uma com hipertensão tem que saber se a quantidade de sódio não ultrapassa o que ela pode comer por dia ", exemplifica Sandra.
VARIEDADE
O aumento da procura por produtos diet e light resultou em uma maior oferta desses alimentos no mercado. Segundos dados da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos Dietéticos e para Fins Especiais (Abiad), só em São Paulo, existem mais de 400 lojas com vendas nesses segmentos.
As ofertas vão desde de achocolatados, kibes, bolos até a elaboração de cardápios específicos para cada pessoa. De acordo com a nutricionista Sandra Chemim, os preços ainda são altos, devido aos investimentos em tecnologia para desenvolver alimentos que sejam saborosos e possam substituir os convencionais. "Mesmo para as pessoas de baixa renda, a substituição do açúcar por adoçantes, ou até mesmo a diminuição do consumo de óleo, pode melhorar a qualidade da alimentação", sugere.
ATENÇÃO NA ESCOLHA - Na hora de comprar um produto diet ou light, é preciso ter muito cuidado. A nutricionista Adriana de Castro constata que não há fiscalização sobre os de fabricação artesanal.
"Se uma pessoa substitui 100% de um ingrediente de uma receita por outro, ela pode considerá-lo diet. Mas isso não quer dizer que não engordam. Dependendo do produto que ela usou para manter o sabor, as calorias podem até aumentar", explica. Em tese, apenas profissionais da área de nutrição sabem realmente transformar uma receita convencional numa diet ou light.
Fonte: Agência Estado
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