Ato de abraçar reduz estresse e pode prolongar a vida
Por Claudia Ferraz
A sensação na pele quando somos abraçados passa emoção e aconchego para todo o corpo. Primeiro, o toque sensibiliza todas as células e provoca um arrepio. Depois, quando os braços da outra pessoa nos envolvem, com um pequeno aperto, o sentimento se multiplica e transmite alívio para a cabeça e para o coração.
Um estudo da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, publicado no "Psychosomatic Medicine", mostrou que o contato físico, como um abraço, pode aumentar a longevidade. As descobertas sugerem que uma relação forte e duradoura pode proteger contra futuras doenças cardiovasculares, além de fazer bem para a saúde em geral.
O motivo é que ficar em contato com um parceiro diminui a pressão sangüínea e o batimento cardíaco. Uma das pesquisadoras, a psiquiatra Karen Grewen, comprovou que os níveis de cortisol e de norepinefrina, hormônios do estresse, foram reduzidos após um abraço. Além disso, o nível de oxitocina, um importante hormônio ligado à fidelidade, aumentou.
Na pesquisa, 28 casais, de 20 a 49 anos, que se relacionavam havia pelo menos um ano, conversaram sobre os momentos felizes. Depois, assistiram a um filme romântico e, alguns minutos mais tarde, se abraçaram.
Segundo o psicoterapeuta do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, Eduardo Ferreira Santos, o aumento de oxitocina depois de um abraço chama a atenção. Ele conta que trabalhos recentes mostraram, em animais, que o hormônio é responsável pela manutenção estável de um casal. "A injeção de oxitocina em ratos mostrou que eles ficaram por mais tempo juntos à prole, depois do nascimento dos filhotes. Em geral, os machos abandonam a família."
Santos explica, contudo, que não se pode afirmar que quem se abraça mais será mais fiel. A ação do hormônio gera, entretanto, um impulso e um desejo de cuidar. Assim, para quem abraça ou para quem é abraçado, a afetividade aumenta e traz bem-estar. Intuitivamente o abraço remete ao período em que se é bebê, acrescenta Santos, e os adultos perderam o costume de abraçar. "Geralmente é um ligeiro tapinha nas costas."
SENTIR-SE AMADO - A psiquiatra Kathleen Keating, que escreveu o livro "A Terapia do Abraço", da Editora Pensamento, diz que a sociedade atual está sofrendo de solidão. "A tecnologia moderna é importante, mas todo ser humano precisa de carinho físico."
Para algumas pessoas, admitir que precisam de carinho é sinal de fraqueza e dependência, especialmente para os homens, aponta Kathleen. "Por outro lado, existe algo poderoso em nossos braços, mãos e dedos que faz alguém se sentir amado e cuidado com um simples abraço", declara.
De acordo com a psiquiatra, 5 milhões de transmissões nervosas são responsáveis pelas diferentes sensações do toque. "No contato, específicas terminações nervosas são ativadas e enviam a mensagem ao longo da espinha dorsal até o cérebro." Kathleen diz que existem muitos estudos sobre os benefícios do contato físico, mas provar que é essencial, poderoso e capaz de curar é como argumentar que respirar faz bem. "Há muita coisa no fenômeno do toque que não pode ser medido."
Benefícios da música
Um estudo da Universidade de Oxford, na Inglaterra, confirmou uma sensação familiar para quem gosta de música: ouvir canções lentas ou próprias para meditação deixa as pessoas mais relaxadas e desacelera os batimentos cardíacos e a respiração. Já as batidas rápidas provocam o efeito oposto, trazendo mais dados para quem usa a música como forma de terapia.
Pilates
O livro "Pilates com Bola no Brasil - Corpo Definido e Bem-Estar", da Editora Alegro, da educadora física Teresa Camarão, traz lições sobre os exercícios criados pelo alemão Joseph Pilates com base em técnicas orientais. O método nasceu em 1920, mas só chegou ao Brasil nos anos 1990, trazido por Teresa, quando abriu no Rio de Janeiro seu estúdio, após estudos no Rolf Institute (EUA).
Fonte: Agência Estado
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