7.16.2009

Perigo na cintura

Medida acima dos padrões duplica as chances de hipertensão, infarto e diabetes, e indica necessidade de melhorar a alimentação

Rio - Ao mapear o perfil nutricional de alunos e funcionários da UFRJ, pesquisadores do Instituto de Nutrição descobriram que um mal, muitas vezes esquecido, tem grande incidência, sobretudo entre mulheres. Fator de risco para problemas cardíacos, o acúmulo de gordura na cintura foi visto em 16% das mulheres pesquisadas e em 8,6% dos homens. Foram analisadas 167 pessoas no Restaurante Universitário, no Fundão.

A pesquisa verificou também peso, estatura, Índice de Massa Corporal (IMC), percentual de gordura, além de hábitos alimentares. De acordo com o cardiologista do Hospital Balbino Rogério Moura, a medida máxima para a cintura é 94 cm para homens e 80 cm para mulheres. Quando o índice ultrapassa 102 e 88 cm, respectivamente, é sinal de alerta. “Isso duplica as chances de hipertensão, infarto e diabetes. É preciso melhorar a alimentação, parar de fumar e praticar exercícios”, explica.

Segundo a coordenadora do projeto, Glória Valéria da Veiga, o excesso de peso foi identificado em 29% dos homens e em 18% das mulheres. Por outro lado, nenhum homem estava abaixo do peso, enquanto 12% das mulheres estavam.

Resultado semelhante foi encontrado no índice de gordura corporal. Segundo Glória, metade das mulheres apresentou percentual de gordura abaixo da normalidade e 19% dos homens estavam acima. “Quem está abaixo do peso deve aumentar as calorias de forma saudável, priorizando carboidratos (pães e massas). Quem está acima precisa evitar doces, consumir frutas e praticar exercícios”, diz, acrescentando que 50% dos voluntários não fazem exercícios.

Cerca de 20% dos entrevistados nunca tomam leite e 51% não comem frutas. Mas 82,6% consomem legumes e verduras. E só 7,2% ingerem sempre fast food. Os dados foram colhidos nos dias 16 e 23, e o trabalho é parte da disciplina Avaliação Nutricional, do 5º período.

MALES DETECTADOS NO ESTUDO

IMC ALTO
É fator de risco para doenças cardiovasculares, menor qualidade de vida e sobrecarga nas articulações.

IMC BAIXO
Provoca desnutrição, além de massas muscular e óssea reduzidas e funções mental e cognitiva prejudicadas pela falta de nutrientes.

POUCO LEITE
Consumo insuficiente da bebida causa falta de cálcio no organismo, o que favorece doenças como osteoporose.

EXERCÍCIO FÍSICO
Índice muito elevado de pesquisados não faz exercício. A falta de atividade física favorece o ganho de gordura e também as doenças cardiovasculares.

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