5.21.2010

Amar faz bem ao coração

Especialistas renomados lembram que o afeto traz bem-estar e pode ter papel preponderante na longevidadePesquisa divulgada pela World Heart Federation - com sede em Genebra - revelou que o ato de amar é particularmente bom para o coração. Isso acontece porque, de acordo com os pesquisadores, o amor libera no organismo substâncias que proporcionam sensação de bem-estar, prazer e alegria. Uma atmosfera amorosa - seja ela gerada por amigos, familiares ou por um parceiro - reduz o estresse, a depressão e a ansiedade, fatores reconhecidos como riscos psicológicos para as doenças cardíacas.Ao conversar com diversos profissionais de saúde, é unânime a opinião: quem ama e é amado vive mais e melhor. O geriatra Renato Maia é um dos defensores da tese de que a solidão é a principal inimiga da longevidade. "A pessoa que tem amigos, que compartilha alegrias e tristezas, envelhece melhor do que aquela que adota um estilo de vida adequado, mas vive só. Chegar à velhice rico e solitário revelou-se um péssimo negócio. Além de poupança e previdência privada, é fundamental investir nas relações", enfatiza o atual presidente da Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria.Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia – Seção DF, Dr. Daniel França, o papel do amor, ou da sua falta, na saúde das pessoas é bem conhecido. "Todo mundo sabe contar uma história de alguém que perdeu um ente querido e entrou em depressão ou foi diagnosticado com uma doença grave muitas vezes incurável. Por outro lado, há casos de pessoas que permaneceram em coma por anos, mas que receberam os cuidados de familiares, despertando de repente, como de um sono profundo", exemplifica o médico.Na Universidade de Brasília, uma pesquisa comprovou que a recuperação de pacientes graves sofria influência das preces de pessoas desconhecidas. Também foi demonstrado que a energia eletromagnética emitida pelo coração é muito superior ao cérebro com bilhões de células em sinapses. Mais que isso, as batidas do coração influenciam, de alguma forma, os registros da atividade elétrica do cérebro. "Quando duas pessoas afetivamente ligadas estão próximas, as batidas do coração de uma interferem nos registros cerebrais da outra. Assim, é bom saber que todo ato de pensar e falar é capaz de gerar uma energia que, de alguma forma, atua sobre aqueles com os quais nos relacionamos", afirma Dr. Daniel.De acordo com o clínico geral Gustavo Paiva, do Hospital Brasília, pessoas que estão de bem com a vida são menos propensas a infecções. Romantismo? Não. O fato é que a presença do afeto em nossas vidas colabora para a manutenção de uma atitude mental positiva, o que gera um impacto sobre o sistema imunológico e também sobre o coração. O renomado cardiologista Mario Maranhão é enfático ao lembrar que um em cada três indivíduos sofrerá de doenças cardiovasculares. "Adotar um estilo de vida adequado, com a presença de relações saudáveis, faz uma grande diferença", complementa.Convencido de que amar vale a pena? Então vai uma dica final da médica brasiliense e terapeuta familiar Mônica Mulatinho. "Para que esse sentimento se desenvolva em nossas vidas, é necessário ter amor próprio. Os indivíduos com elevada auto-estima sentem-se mais seguros em suas relações sociais". Mas, como bem lembrou Dr. Renato Maia, não podemos falar de amor sem convocar o poeta. Então, por sugestão do geriatra, fiquemos com Vinícius de Moraes: "a maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana".
Fonte: Segs Portal Nacional

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