8.09.2011

Descoberto novo gene relacionado ao câncer de ovário

Câncer

Descoberta deve acelerar desenvolvimento de novos medicamentos

Câncer de ovário: nova descoberta genética pode levar a novos tratamentos para a doença Câncer de ovário: nova descoberta genética pode levar a novos tratamentos para a doença 
A maioria das mulheres não tem com o que se preocupar. A mutação no gene RAD51D é extremamente rara. Estima-se que apenas 0,1% da população feminina carregue esta mutação
Mulheres que possuem uma cópia defeituosa de um gene chamado RAD51D têm uma chance em 11 de desenvolver câncer no ovário -- um risco mais de seis vez maior que o das mulheres sem o gene. Publicada no periódico Nature Genetics, a descoberta está sendo considerada pelos cientistas como a mais significativa da última década sobre a doença.
De acordo com o Cancer Research, centro da Inglaterra responsável pelo estudo, espera-se que testes para identificar quais as mulheres que têm mais riscos de desenvolver a doença estejam disponíveis em poucos anos. Segundo Nazneen Rahman, coordenadora do estudo, ao saber que possui o gene, a mulher poderá decidir se irá ou não remover seus ovários - tentando evitar, assim, que o tumor venha a se desenvolver. 
A maioria das mulheres, no entanto, não tem com o que se preocupar. A mutação no gene RAD51D é extremamente rara. Estima-se que apenas 0,1% da população feminina carregue esta mutação.
Novos medicamentos — Mesmo assim, a pesquisa deve estimular a criação de vários novos medicamentos. Experimentos de laboratórios sugerem que células que contêm o gene defeituoso RAD51D são sensíveis aos inibidores PARP. Os PARP são uma nova classe de drogas que atacam apenas células cancerígenas originadas por falhas em dois genes conhecidos nos cânceres de mama e ovários - BRCA1 e BRCA2, respectivamente.
Diversas indústrias farmacêuticas de grande porte, como Aboot, Merck, Pfizer, Sanofi-Aventis e AstraZeneca, vêm desenvolvendo inibidores de PARP. Essas drogas funcionam bloqueando os mecanismos de reparação do DNA nas células cancerígenas. Assim, o ciclo celular é paralisado e a célula cancerígena morre.
Para o estudo publicado no Nature Genetics, os pesquisadores do Instituto para Pesquisa em Câncer, da Inglaterra, compararam o DNA de mulheres de 911 famílias com histórico com cânceres de ovário e mama com o DNA de um grupo controle de mais de 10.000 pessoas da população em geral. Eles acharam, então, oito falhas no gene RAD51D em mulheres com câncer, comparado a apenas uma no grupo controle.
O câncer de ovário pode permanecer oculto por um longo período e ser descoberto apenas quando está em estágio avançado. Estima-se que cerca de 230.000 mulheres no mundo sejam diagnosticadas com a doença todos os anos. No Brasil, dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimam que só em 2009 foram 3.837 novos casos no país. A maioria das mulheres, no entanto, não recebe o diagnóstico antes do tumor ter se espalhado para outros locais do corpo e mais de 70% delas morre dentro de cinco anos.
  agência Reuters

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