11.21.2011

Educação: Reta final dos estudos requer apoio psicológico

Pediatra desaconselha castigos como punição a estudantes com fraco desempenho

POR CLARISSA MELLO
Rio - Começou a contagem regressiva para as férias e, com ela, o maior pesadelo dos estudantes: as provas finais. Enquanto alguns fazem planos para se divertir no verão, outros se desesperam em busca de boas notas. Mas será que ainda dá tempo de recuperar o tempo perdido? Especialistas garantem que sim, desde que os alunos recebam apoio psicológico da família e consigam se planejar para estudar com qualidade.

“A prova final é o último suspiro. Os pais que vêem os filhos com notas baixas se desesperam, acham que o filho não vai passar e, para obrigá-los a estudar, impõem uma série de castigos. Isso é a pior coisa que eles podem fazer”, acredita o pediatra do Hospital e Maternidade São Luiz, Marcelo Reibscheid.

Segundo o profissional, é preciso estabelecer momentos de diversão e de estudo. “O lazer ajuda a criança a absorver o conteúdo e a se sentir recompensada. Na hora de estudar, estabeleça um cantinho e um horário fixos, bem longe de qualquer distração. Depois, pode deixar jogar videogame”, diz.

É possível unir lazer e estudo — segundo Marcelo, isso faz com que o aluno aprenda de forma divertida. “Os pais podem inventar músicas para ajudar a decorar a tabela períodica ou as fórmulas matemáticas, por exemplo. Também vale levar a museus, zoológicos. O suporte da família faz o aluno ter mais interesse”, diz o pediatra.

É o caso de Lívia Ribeiro Silvério, 8 anos. Antes mesmo de começar o último bimestre letivo, ela já havia passado de ano — e com louvor. O segredo é o apoio da mãe, Cláudia Cristina Ribeiro, 46. “Estou sempre orientando, dou livro de presente para que ela tenha interesse por ler. E fazemos passeios pedagógicos. Ela se diverte e aprende”, diz.

Dislexia: síndrome que dificulta o aprendizado

O pediatra Marcelo Reibscheid afirma que, em alguns casos, a dificuldade de aprendizado é causada pela dislexia. A síndrome afeta 20% das crianças e faz com que elas tenham dificuldade em aprender a ler, escrever e a soletrar. O ideal é identificar o problema o quanto antes. Confira os principais sinais. No caso de suspeita, leve seu filho a um psiquiatra.

ENTRE 3 E 6 ANOS
- Ele persiste em falar como um bebê involuntariamente
- Pronuncia palavras de forma errada
- Não reconhece letras que soletram seu nome
- Tem dificuldade em lembrar o nome de letras, números e dias da semana
- Leva muito tempo para aprender novas palavras

ENTRE 6 E 7 ANOS
- Tem dificuldade em dividir palavras em sílabas
- Não consegue ler palavras simples e monossilábicas, como “rei” ou “bom”
- Reclama frequentemente que ler é muito difícil
- Frequentemente comete erros quando escreve e soletra palavras
- Memoriza textos sem compreendê-los

ENTRE 7 E 12 ANOS
- Pula partes de palavras quando têm muitas sílabas
- Comete erros de ortografia em excesso
- Não consegue terminar as provas de sala de aula
- Sente muito medo de ler em voz alta
- Escreve de forma confusa
- Costuma substituir palavras difíceis por outras mais simples quando lê em voz alta; por exemplo, lê “carro” em vez de “automóvel”

A PARTIR DOS 12 ANOS
- Comete erros na pronúncia de palavras longas ou mais complicadas
- Tem dificuldades em soletrar palavras. Soletra a mesma palavra de formas diferentes numa mesma página
- Lê muito devagar
- Evita ler e escrever
- Tem dificuldade em resolver problemas de matemática que requeiram leitura
- Tem dificuldade em aprender uma língua estrangeira.
O Dia

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