11.24.2011

Brasil deverá ter quase 520 mil novos casos de câncer em 2012, diz Inca

Instituto divulgou estimativa sobre a incidência da doença no ano que vem.
Por sexo, câncer de mama e de próstata continuarão a ser os mais comuns.

Do G1, em São Paulo
O Brasil deverá ter quase 520 mil novos casos de câncer no próximo ano, segundo uma estimativa divulgada nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). Esta é a 16ª estimativa anual que o Inca divulga desde que começou este trabalho, em 1995 (veja tabela abaixo com os dados nacionais).
O câncer de mama continuará a ser a principal ameaça a mulheres em todas as áreas do país, com exceção da região Norte, onde os tumores no colo do útero deverão ser os mais incidentes. No ano que vem, estimam-se 52.680 casos deste tipo de tumor. O risco para será de 52 casos a cada 100 mil brasileiras. Essa classificação não leva em conta os casos de tumores de pele que não sejam melanomas.
Para o Inca as taxas de mortalidade para câncer de mama continuam altas no Brasil, mesmo quando tratado corretamente, já que a detecção do problema costuma acontecer quando o tumor já está em estágio avançado. A sobrevida para esta modalidade de tumor é de 60% em países em desenvolvimento como o Brasil e de até 85% nas nações mais avançadas do mundo.

     Local onde o tumor
     vai se desenvolver
     pela 1ª vez no corpo
     do paciente brasileiro
                          Casos estimados de câncer no Brasil em 2012
                         Homens                          Mulheres
        Estados                Capitais                 Estados                  Capitais       
Próstata 60.180 15.660 ----------------------- ----------------------
Mama feminina ---------------------- ---------------------- 52.680 18.160
Colo de útero ---------------------- ---------------------- 17.540 5.050
Traqueia, Brônquio e Pulmão 17.120 4.520 10.110 3.060
Cólon e reto 14.180 4.860 15.960 5.850
Estômago 12.670 3.200 7.420 2.170
Cavidade oral 9.990 2.760 4.180 1.130
Laringe 6.110 1.540 ----------------------- ----------------------
Bexiga 6.210 1.900 2.690 880
Esôfago 7.770 1.500 2.650 520
Ovário ---------------------- ---------------------- 6.190 2.220
Linfoma não Hodgkin 5.190 1.560 4.450 1.560
Glândula tireoide ---------------------- ---------------------- 10.590 3.490
Sistema nervoso central 4.820 1.190 4.450 1.200
Leucemias 4.570 1.180 3.940 1.180
Corpo do Útero ---------------------- ---------------------- 4.520 1.700
Pele (melanoma) 3.170 810 3.060 790
Outras localizações 43.120 11.110 38.720 10.320
Subtotal 195.190 51.780 189.150 59.280
Pele (diferentes de melanoma) 62.680 14.620 71.490 15.900
Total 195.190 66.400 260.640 75.180
Fonte: Inca - Estimativa 2012
Já para os homens, a forma de câncer mais comum continuará a ser o câncer na próstata - uma glândula do órgão reprodutor masculino, responsável por produzir parte do material que compõe o sêmen. A estimativa é de 62 casos a cada 100 mil homens, com um total de 60.180 novas ocorrências em 2012 em todo o território nacional. Novamente, os casos de câncer de pele diferentes de melanomas não são considerados.
Parte dessa porcentagem pode ser explicada como reflexo do controle feito por meio do teste conhecido como Antígeno Prostático Específico (PSA). Esta é uma das principais ferramentas para se descobrir que um homem tem câncer na próstata e consiste na detecção de uma proteína que se torna mais abundante quando o organismo apresenta tumores.
No Brasil, o Inca acredita que o crescimento no número de pessoas convivendo com a doença seja fruto da melhora nos métodos de diagnóstico e no sistema de notificações no país.
O Inca também deu destaque ao câncer de colo de útero, doença que se manifesta de maneira mais comum entre os 20 e os 29 anos, quase sempre ligadas à contaminação pelo vírus HPV. Este micro-organismo causa pequenas lesões no õrgão genital feminino e alguns tipos podem levar ao desenvolvimento de tumores no colo do útero.
No mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2030, a humanidade poderá receber 27 milhões de casos e testemunhar a morte de 17 milhões por conta da doença. Até lá, o número de pacientes convivendo com tumores deverá chegar a 75 milhões.

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