Tecnologia
Prótese substituiu mandíbula gravemente infeccionada de paciente holandesa
A médica Ingeborg van Kroonenburgh, da Universidade de Maastrich, na Holanda, segura a mandíbula inferior feita em uma impressora 3D, durante uma coletiva de imprensa no campus da Hasselt Biomed Universtiy, em Diepenbeek, na Bélgica. A mandíbula, projetada por uma equipe belga-holandesa, foi implantada com sucesso em uma mulher holandesa que perdeu a mandíbula por causa de uma grave infecção. (Yorick Jansens/AFP)
Uma mandíbula artificial, obtida graças a uma técnica inovadora de criação de imagens tridimensionais, foi implantada em um paciente na Holanda, que conseguiu recuperar desta forma a fala e outras funções, anunciou nesta quinta-feira a equipe que realizou a cirurgia, apresentada como uma inovação mundial.A técnica consistiu em desenhar em três dimensões, no computador, a parte do esqueleto doente – neste caso, uma mandíbula – que a paciente precisou substituir por causa de uma grave infecção, e 'imprimir' o desenho em uma prótese em titânio com suas dimensões exatas.
Esta prótese sob medida pôde, desta forma, ser implantada no corpo do paciente, reduzindo o tempo da cirurgia para algo entre 3 e 4 horas – contra a duração de 12 a 20 horas de uma reconstrução clássica –, explicou em entrevista coletiva em Hasselt, no nordeste da Bélgica, o doutor Jules Poukens, à frente da equipe belgo-holandesa que fez a cirurgia.
Este procedimento já tinha sido utilizado em partes de crânios ou pequenas seções do rosto, mas "essa foi a primeira vez que uma mandíbula inferior completa foi reimplantada em um paciente", afirmou o cirurgião.
"A operação foi realizada há alguns meses em um paciente holandês de 83 anos. Esse procedimento permitiu preservar importantes funções vitais (respiração, fala, mastigação, faculdades degustativas), bem como o aspecto estético, que de outra forma teria sido perdido", explicou o médico.
O preço desta prótese, que pesa 107 gramas (contra 70 gramas de uma mandíbula natural), chega a cerca de 9.000 euros. Mas o custo, ainda elevado, é em parte compensado pelo tempo reduzido da operação e da hospitalização e pela economia feita com a melhora do estado de saúde do paciente, destacou Carsten Engel, engenheiro associado do projeto.
No futuro, próteses porosas poderão ser utilizadas. Associados às células-tronco, esses implantes se integrarão melhor ao corpo do paciente.
A cirurgia resultou de uma colaboração entre o grupo de pesquisa em morfologia funcional da Hasselt Biomed University, da Haute École de Limbourg Xios, da Universidade Católica de Louvain (KUL), do Centro Médico de Sittard-Geleen (Holanda) e das sociedades holandesas Xilloc Medical (que fez a modelagem da mandíbula em 3D) e belga LayerWise (encarregada de sua produção).
Médicos belgas e holandeses mostram outras próteses feitas usando a técnica de impressão 3D
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