Com a recuperação das relações entre Cuba e EUA, americanos vão poder descobrir tudo o que a ilha tem
Segundo o historiador da UniRio
Vanderlei Vazelesk Ribeiro, Cuba ‘vende’ a imagem de um país que ainda
vive seus tempos áureos. Junto a isso está, segundo ele, a ‘lenda’ da
guerrilha vitoriosa, que aguça a curiosidade de quem apoia ou faz
oposição ao regime. “ Lenda não é algo que seja necessariamente
mentiroso. Mas a história vem sendo contada com um plus ao longo do
tempo. É óbvio que houve um movimento guerrilheiro, mas ele não era
único. Você tinha pelo menos dez grupos atuando para derrubar a gestão
de Fulgêncio Batista. A diferença é que Fidel e Che foram hábeis neste
processo”, disse o professor.
A professora de Direito Internacional, da
Universidade de São Paulo (USP), Maristela Basso, lembrou que Cuba, no
passado, era um país muito próspero, principalmente em relação às
expectativas cultural e intelectual “Havia centenas de jornais e
estações de rádio de alta qualidade, por exemplo. Cuba e Venezuela eram
uma espécie de Paris para o continente americano. Era o local para onde
as pessoas queriam ir”.
Para quem é da ilha, o anúncio de aproximação com os EUA abre um capítulo importante para o país. “Imediatamente postei a notícia, me perguntando se não seria um trote. Mas é realidade. Dia 17 de dezembro, data já importante para os cubanos por ser o dia de São Lázaro ou o de Babalú Ayé, teremos ainda mais para comemorar”, festejou o médico cubano Juan Carlos Raxach, 53 anos.
Para o estudante de pós- doutorado Sael Sanchez, 35, será um fim de ano diferente.“O povo relaciona tudo isso como um sinal de bons tempos. Minha avó disse: “Vamos ter um Natal como há 50 anos não tínhamos”. Em Cuba, estão todos em festa.” Teresa Sopeña, 68, contou que as pessoas foram para a rua se abraçar. “Acho que desde 1959, época do triunfo da Revolução, não se via tanta alegria ”.
Educação
As crianças em Cuba preenchem seu tempo nas escolas e brincando nas praças com recreadores. Não se vê criança solta na rua. A taxa de alfabetização é de 99%. O maior gasto do mundo com educação, proporcional ao PIB, pertence a Cuba (8,96% do PIB). Há uma grande valorização social da profissão docente em todos os níveis e os salários dos professores equivalem aos de profissionais como médicos e físicos.
Saúde
Toda população tem um médico de família que, junto com enfermeiras, dá atendimento primário e serviços preventivos. As taxas de vacinação de Cuba estão entre as mais altas do mundo. A expectativa de vida é de 78 anos e a taxa de mortalidade infantil caiu de 80 por mil nos anos 50 para menos de 5 por mil. A falta de tecnologia é o maior empecilho para um avanço maior.
Economia
Com o colapso dos regimes comunistas no fim da década de 80, Cuba perdeu mercado, que era baseado na cana de açúcar. Com isso, o país reduziu o número de funcionários públicos, estimulou o turismo e fortaleceu laços com nações latinas. Um setor de destaque é o de vacinas . No relatório da ONU, de 2014, O IDH de Cuba ocupa a 44ª posição mundial. O país foi considerado de muito elevado desenvolvimento.
Charutos
Sua principal região produtora é a de Pinar Del Río, no Oeste da ilha. A exportação de charutos cubanos é prejudicada pelo embargo econômico. A venda de charutos no mercado negro acaba sendo fonte de renda para muitas pessoas qualificadas pela excelente educação da ilha, mas sem postos de trabalho para absorvê-las. São exportados por anos mais de 248,98 milhões de unidades.
Turismo
Cuba, que faz parte do Caribe, possui cerca de 62 mil leitos de hotéis e recebeu na temporada 2013 cerca de 2, 8 mil turistas. Desse total, 1, 1 milhão vêm do Canadá, seguido de longe pelo Reino Unido, com 150 mil. O Brasil ocupa o 19º lugar, com apenas 16 mil pessoas visitando Cuba. O turismo da ilha gera cerca de 100 mil empregos diretos e 300 mil indiretos. A receita anual é de 2, 2 bilhões de dólares.
Comportamento
O carioca que vai para Cuba se surpreende com as semelhanças que encontra no povo. O cubano é supersimpático e tem a malemolência típica daqui. É o motorista do ônibus que pisca para a passageira, o guia turístico que paquera a turista... E tem música por toda parte. É preciso ficar atento aos “contos do vigário”, mas de modo geral eles têm só o ar de malandro. São muito hospitaleiros.
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