Estudo comprova que dança ajuda a combater a depressão e o estresse
Não há restrição para começar, mas é bom procurar um médico antes
O Dia
Rio - Diversão,
maior flexibilidade, melhora do condicionamento, aprimoramento da
coordenação motora e perda de peso. Os benefícios da dança são muitos.
Inspirados no quadro ‘Dança dos Famosos’, do ‘Faustão’, cada vez mais
pessoas correm para as academias e escolas de dança.Na academia de
Carlinhos de Jesus, em Botafogo,
na Zona Sul do Rio, a cada semana pessoas que nunca dançaram na vida
vão lá para fazer uma aula experimental grátis, muitas motivadas pelo
programa, que passa a ser inspiração. Um estudo divulgado
no ‘International Journal of Neuroscience’ apontou que o movimento da
dança, além de melhorar a depressão, também melhora o estresse
psicológico por meio da regulação dos níveis de serotonina e dopamina no
corpo. “No mundo agitado e de tantas exigências em que vivemos, a dança
pode ser único momento para se libertar de tanto estresse e liberar
emoções”, afirma a psicóloga Luciane Pereira.
Ana Traiano (ao centro, de vermelho) se sente
mais feliz na dança: “Além de conhecer pessoas, levantei a autoestima e
só ando de bem com a vida”
Foto: Divulgação
A aposentada
Fátima Santana, de 61 anos, descobriu o prazer de dançar para vencer a
solidão. “Depois que meus filhos casaram, fiquei muito sozinha porque
sou viúva. Há dois anos comecei a entrar em depressão e o médico me
recomendou que eu procurasse a dança. Foi quando entrei na dança de
salão e não parei mais. Me sinto renovada”, afirma. A médica Anna
Traiano, 52, procurou a dança há mais de um ano como forma de estímulo.
“Andava muito desanimada com a vida e precisa conhecer gente nova. Como
gosto muito de dançar, entrei para a academia do Carlinhos de Jesus.
Além de conhecer pessoas, levantei a autoestima, fiquei mais feliz e só
ando de bem com a vida”, contou.
“A falta de ginga não
deve servir de desculpa para ninguém. Se você é capaz de se levantar, o
simples caminhar já é um ritmo. Basta não ter medo de errar”, garante a
professora de dança Vera Prieto, 54, que dá aula na academia de
Carlinhos de Jesus. “Temos alunos de todas as idades,
algumas que nunca tinham dançado antes”, ressalta o professor Marcelo
Dantas, 31. A médica do esporte Elianne Sobreiro, porém, diz que é
preciso ter cuidado antes de iniciar uma aula de dança. “Procure um
médico e cheque
como está sua saúde. Investigue, principalmente, como está o coração
antes de iniciar a atividade física”, explica. Sobre pessoas com algum
tipo de doença, alerta: “Com o acompanhamento adequado, é possível que
qualquer pessoa dance. A dança pode fazer bem para pacientes com doenças
como fibromialgia, ou até mesmo cadeirantes”. Ativa o corpo, a memória e as emoções O
estudo publicado no ‘International Journal of Neuroscience’ mostrou que
a dança, por meio da música, permite a expressão do corpo e possibilita
a libertação de emoções reprimidas, afastando os sentimentos de
isolamento característicos da depressão. Isso se explica porque a dança
está no cérebro, segundo um artigo publicado na ‘Scientific American
Magazine’. O estudo mostrou que toda vez que uma música ou um ritmo é
percebido pelo cérebro, o corpo começa automaticamente a se mexer. Outro
motivo para dançar está associado ao prazer. A quantidade de
betaendorfina, substância produzida pelo cérebro que se transforma em
endorfina e provoca sensação de prazer, e de ocitocina, hormônio também
relacionado ao orgasmo sexual, durante uma dança, é capaz de levar o
corpo a um elevado estado de satisfação. Já um estudo com
participantes de terceira idade, publicano no ‘New England Journal of
Medicine’, demonstrou que dançar frequentemente ajuda a evitar os
efeitos da doença de Alzheimer e outras formas de demência. Outro
estudo realizado pelo ‘Journal of Physiological Anthropology’
demonstrou que um programa de exercício aeróbico de entretenimento, como
a dança, é tão útil para a perda de peso e o aumento da potência
aeróbica quanto o ciclismo ou a corrida. “Uma atividade para trabalhar o corpo e a mente” "Há
um ano comecei a ter problemas de saúde e também depressão. Os médicos
me recomendaram uma atividade que me fizesse trabalhar o corpo e a
mente. Foi aí que busquei uma classe de balé. Agora ganhei um solo no
espetáculo de fim de ano, no qual vou interpretar a tristeza. O que, pra
mim, é a coroação máxima de superação da fase ruim que passei”. Stefanie Gomes, professora, 24 anos Reportagem de Aline Cavalcante
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