Em meio à chegada da água no sertão nordestino, que vem sendo registrada desde a semana passada pelas redes sociais e comemorada pelo ex-presidente Lula, que iniciou as obras da Transposição do Rio São Francisco, a presidente deposta pelo golpe, Dilma Rosuseff, divulgou um comunicado em seu site em que afirma que os golpistas não têm o direito de surfar no sucesso do projeto.
O PSDB, que prometeu e não cumpriu a obra, depois disse que ela estava "abandonada", durante a campanha de Aécio Neves em 2014, tenta agora tirar uma 'casquinha' do sucesso do projeto. Na semana passada, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), viajou a Pernambuco para puxar ao menos um pouco para si a conclusão da transposição.
Dilma rebate mídia e o governo Michel Temer ao dizer que "a obra jamais esteve paralisada" em seu governo. "Foi iniciada no governo Lula, ainda em 2007, e teve quase sua totalidade construída e concluída no governo da ex-presidenta", afirma, lembrando ainda que o projeto foi "desprezado" pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"A oposição de outrora comemora como se fosse um feito do governo Temer a chegada da água no sertão, noticiada no final de semana. Mentira. O projeto só não foi entregue por Dilma porque os setores mais atrasados da política brasileira, aliados às parcelas mais indignas da imprensa nacional e as velhas oligarquias, além de conservadores e políticos oportunistas – do PSDB e DEM e muitos do PMDB – arquitetaram e promoveram o Golpe de 2016", completa o texto.
Leia a íntegra abaixo:
A INTEGRAÇÃO DO SÃO FRANCISCO É OBRA DE LULA E DILMA
Mais importante obra de infraestrutura realizada no
Nordeste em toda a história da República, o projeto de integração do São
Francisco finalmente começa a levar água às regiões mais carentes do
semiárido brasileiro. Mas, diferentemente do que tenta fazer crer
jornalistas da imprensa nacional, e mesmo o ilegítimo governo de Michel
Temer, a obra jamais esteve paralisada durante a gestão de Dilma
Rousseff. Foi iniciada no governo Lula, ainda em 2007, e teve quase sua
totalidade construída e concluída no governo da ex-presidenta.
Esse projeto, sonhado ainda nos tempos de Dom Pedro 2º,
desprezado por Fernando Henrique Cardoso, e que só saiu do papel nos
governos do PT, vai garantir água a 12 milhões de habitantes que vivem
em 390 municípios dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande
do Norte. No total, o projeto tem 477 km de extensão, organizados em
dois eixos de transferência de água: Norte e Leste. A obra engloba a
construção de nove estações de bombeamento, 27 reservatórios, quatro
túneis, 13 aquedutos, nove subestações de energia e 270 km de linhas
transmissão.
A oposição de outrora comemora como se fosse um feito do
governo Temer a chegada da água no sertão, noticiada no final de semana.
Mentira. O projeto só não foi entregue por Dilma porque os setores mais
atrasados da política brasileira, aliados às parcelas mais indignas da
imprensa nacional e as velhas oligarquias, além de conservadores e
políticos oportunistas – do PSDB e DEM e muitos do PMDB – arquitetaram e
promoveram o Golpe de 2016. De maneira anti-democrática, esses setores
retiraram do governo a presidenta eleita por 54,5 milhões de votos em
2014, usando como pretexto um impeachment baseado em inexistente crime
de responsabilidade.
Em 6 de maio do ano passado, antes, portanto, do seu
afastamento da Presidência, Dilma visitou o Reservatório Terra Nova e a
Estação de Bombeamento (EBI-2), do Eixo Norte, em Cabrobó (PE). Os
jornais cobriram de maneira tímida a visita. A opção, claro, foi sobre o
que Dilma disse em seu discurso sobre o processo de impeachment, cuja comissão acabava de ser instalada pelo Senado Federal. A cobertura pode ser conferida na Folha, no G1 ou, por exemplo, no Jornal do Commercio, de Pernambuco.
OS FATOS E NÚMEROS
Com investimento previsto de R$ 9,6 bilhões do Orçamento
da União, o projeto de integração do São Francisco teve, até abril de
2016, R$ 7,95 bilhões executados com dinheiro do Orçamento da União.
Isso significa que nada menos do que 86,3% da obra estavam concluídos
até abril do ano passado, quando havia 10,3 mil trabalhadores nos
canteiros das obras.
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