3.09.2017

O domínio de Si Mesmo

Medicamentos como auto-sugestão
Por Emile Coué
Não quero dizer que se deixem de tomar os medicamentos receitados
pelos médicos, ou de obedecer ao tratamento por ele ordenado, quando se
põe em prática a auto-sugestão por mim aconselhada. Com efeito, acho
que, independentemente do valor terapêutico real, que possa ter, o remédio
é um maravilhoso veículo de sugestão. Quero mesmo ir além: minha
opinião é que o médico presta serviço ao seu doente, receitando-lhe
remédios, mesmo que os não julgue necessários pois que a poção, o pó, a
cápsula é que o deve curar, porquanto, em geral, o doente faz pouco caso
dos conselhos de higiene que se lhe possam dar.
Acho também que os medicamentos formulados pelo próprio
médico exercem mais ação sobre o doente do que os remédios
especializados, que muitas vezes, não tem real valor e nos quais o paciente
não deposita a mesma confiança que tem naqueles que o médico formula,
pessoalmente. Sobretudo, se lhe explica, verbalmente e minuciosamente, o
modo de usá-los, o seu efeito será ainda maior.
Portanto, longe de considerar a auto-sugestão e a medicina como
rivais, o que, infelizmente, muitas vezes acontece, é mister, ao contrário,
considerá-las boas amigas, que, em vez de serem incompatíveis, devem se
dar as mão, reciprocamente, e se completarem uma a outra. Um dos meus
maiores desejos, um dos meus pontos visados é conseguir a inclusão do
estudo obrigatório da sugestão e da auto-sugestão, nos programas das
escolas de medicina, não só em França como também no estrangeiro, para
maior utilidade da profissão de médico, que disporá de mais uma arma no
combate contra a moléstia e, sobretudo, para o maior bem dos doentes.
A falta desse ensinamento é lamentável, porque, se comparamos
cada um de nós com um automóvel, cujo o corpo é a
carrosseria, cujo espírito é o motor, notaremos que nas escolas os estudantes aprendem a cuidar do corpo, isto é, da
carrosseria, mas ignoram o espírito ou, por
outra, o motor. De maneira que, se se verificar um desarranjo no motor e
este, por si mesmo, não se consertar, o veículo não poderá mais mover-se.
Se, porém, os estudantes soubessem, igualmente, cuidar do espírito, isto é,
do motor, fariam o veículo facilmente pôr-se em marcha.

O link abaixo contém o livro de Emile Coué intitulado Emile Coué O Autor foi um psicólogo francês muito respeitado. É uma leitura indispensável, me parece, para melhorarmos o nosso intelecto.


http://www.clube-positivo.com/biblioteca/pdf/coue.pdf

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