Em discurso na abertura do 6º Congresso Nacional
do PT, em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o
partido deve se reconectar à esquerda, radicalizando posições, se
quiser voltar a governar o país a partir de 2018; Lula admitiu que os
últimos seis anos foram "os mais difíceis da história do PT" e pediu que
os dirigentes discursem para fora, para que a legenda "volte a
despertar esperança"; "2018 está longe para quem não tem esperança, mas,
para nós, 2018 é logo aí, já começou e não estamos com medo. Vamos
voltar a governar esse país a partir de 2018", completou o
ex-presidente; Lula criticou ainda o empresário Joesley Batista, que não
apresentou provas das acusações que fez contra ele e contra Dilma
Rousseff; "Um canalha de um empresário diz que fez uma conta no exterior
pra mim e pra Dilma, mas a conta está no nome dele e ele que mexe na
grana [plateia ri]. Tá na hora de parar de palhaçada, que o país não
aguenta mais viver nessa situação, nesse achincalhamento", completou
O ex-presidente também criticou o discurso do PT, geralmente focado na própria militância, e disse que o partido deve se reconectar à esquerda, radicalizando posições, se quiser voltar a governar o país a partir de 2018.
Lula admitiu que os últimos seis anos foram "os mais difíceis da história do PT" e pediu que os dirigentes da sigla parem de falar para eles mesmos e discursem para fora, para que a legenda "volte a despertar esperança".
"Não falem para vocês mesmos, falem para os milhões e milhões de brasileiros que não estão aqui e que precisam que o PT tome as decisões certas para voltar a despertar esperança", declarou diante de centenas de dirigentes petistas.
"2018 está longe para quem não tem esperança, mas, para nós, 2018 é logo aí, já começou e não estamos com medo. Vamos voltar a governar esse país a partir de 2018", completou o ex-presidente.
Lula chamou de "canalha" o empresário Joesley Batista, da J&F, que, em delação premiada, disse que pagou propina no valor de US$ 150 milhões para Lula e Dilma Rousseff por meio de contas no exterior.
"Um canalha de um empresário diz que fez uma conta no exterior pra mim e pra Dilma, mas a conta está no nome dele e ele que mexe na grana [plateia ri]. Tá na hora de parar de palhaçada, que o país não aguenta mais viver nessa situação, nesse achincalhamento", completou o ex-presidente.
Ele repetiu ainda que "já provou" sua inocência e agora quer que "eles provem minha culpa" .
As informações são de reportagem de Marina Dias, Cátia Seabra e Angela Boldrini na Folha de S.Paulo.
Leia, abaixo, reportagem da Reuters:
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou os petistas a falarem para além do partido, em discurso na abertura do 6º Congresso do PT na noite de quinta-feira, e disse que a esquerda voltará a governar o país nas eleições de 2018 se estiver bem preparada.
"Quero que pensem: 2018 está longe para quem não tem esperança. Para nós, está logo ali. E se a esquerda entrar com um programa bem preparado, a gente vai voltar a governar este país em 2018", disse Lula em discurso no encontro do partido em Brasília, ao lado de lideranças petistas como a ex-presidente Dilma Rousseff.
Lula, que é presidente de honra do partido, ressaltou que o PT precisa alcançar os milhões de brasileiros que não participam dos encontros da legenda, mas que precisam que o PT tome as decisões corretas para voltar a despertar a esperança da população.
O ex-presidente afirmou que o principal objetivo do encontro do partido deve ser o de construir um projeto de governo que seja capaz de superar a crise atravessada pelo país.
"Se a elite não sabe resolver os problemas do Brasil, nós já provamos saber", afirmou.
Lula tem sido apontado como provável candidato à Presidência nas eleições de 2018, mas ainda não anunciou oficialmente sua candidatura. O ex-presidente é réu em cinco ações na Justiça, três delas ligadas à operação Lava Jato.
No discurso no Congresso do PT, Lula disse que não quer ver a militância preocupada com seus problemas na Justiça, que ele afirmou serem de caráter pessoal.
"Isso quero resolver com o representante do Ministério Público e da Lava Jato. Já provei minha inocência, agora exijo que provem minha culpa. Cada mentira contada será desmontada”, afirmou.
O Congresso do PT reunirá 600 delegados do partido, além de membros do Diretório Nacional, governadores, deputados, prefeitos e vereadores e elegerá o novo presidente do partido, cargo que é disputado pelos senadores Lindbergh Farias (RJ) e Gleisi Hoffmann (PR).
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)
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