5.08.2018

Obesidade e sobrepeso são problemas crescentes no país

Ministério divulga pesquisa com beneficiários de 

planos de saúde


Obesidade aumenta no país - Pablo Jacob / .



RIO- Os índices de excesso de peso e obesidade no Brasil são 
crescentes e alarmantes.
 É o que mostra uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde e 
pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), ao longo 
de 2016. Desta vez, os números do Vigitel trazem os resultados 
do estudo realizado com beneficiários de planos de saúde. 
A proporção de adultos com excesso de peso aumentou de 46,5%
 para 53,7%, um crescimento de 15,5%, na comparação entre 2008, 
quando a pesquisa foi feita pela primeira vez, e 2016. 
Em relação à obesidade, o percentual foi de 12,5% para 17,7%, 
um aumento de 41,6%. Foram realizadas 53.210 entrevistas 
por telefone, sendo 20.258 com homens e 32.952, com mulheres,
 em todas as capitais e no Distrito Federal, entre os meses de
 fevereiro e dezembro de 2016.

— O aumento dos dois índices está diretamente relacionado com 
doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão,
 além de alguns tipos de câncer. Isso afeta diretamente os sistemas
 de saúde e as operadoras de planos — explica Karla Coelho, 
diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS. 
— Por mais que a pesquisa mostre que as pessoas estão comendo
 mais verduras e legumes, por exemplo, há também um aumento
 no consumo de comidas industrializadas e de bebidas alcoólicas
 e ainda o fato de a população fazer pouca atividade física.


Os números do vigitel


Dados sobre beneficiários de planos de saúde


2008


2016


Excesso de peso


Obesidade


Tabagismo


Inatividade


Consumo de frutas


e hortaliças


física


IMC igual ou


IMC igual ou


consumo regular


superior a 25


superior a 30


da quantidade


53,7%


recomendada


46,5%


30,5%


27%


19,2%


17,7%


14,2%


12,5%


12,4%


7,3%


Aumento de


Aumento de


Redução de


Redução de


Aumento de


15,5%


41,6%


41,1%


26%


13%


Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar
De fato, o Vigitel mostra que, entre os beneficiários de planos de saúde,
 o consumo de frutas e hortaliças passou de 27% para 30,5%, 
de 2008 para 2016, um aumento de 13%. O índice de indivíduos
 fisicamente inativos teve uma redução de 26%, com uma taxa 
que foi de 19,2% para 14,2%. Isso, no entanto, não é suficiente,
 explica Maria Edna de Melo, presidente do departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
— Falta, no Brasil, uma política de prevenção. A obesidade é 
uma doença crônica e progressiva, seus fatores desencadeantes
 são múltiplos e variam de um indivíduo para outro. Temos uma
 perspectiva de modificação na rotulagem dos alimentos, para que 
eles tenham advertência frontal, e isso se arrasta desde 2014 na
 Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) 

— explica Maria Edna. — Sabemos que, quando os indivíduos
 veem um sinal de advertência, eles pensam duas vezes antes de
 consumir o produto. É fundamental a população receber uma 
orientação efetiva.
Outro ponto destacado pela médica é a importância de um trabalho
 focado nas crianças e nas mães, antes mesmo da gestação:
— É na primeira infância que devemos começar a prevenção. 
Os bebês precisam ter um período de aleitamento adequado, 
e é fundamental que a introdução dos alimentos seja feita
 com compromisso com a saúde da criança. Muitas vezes
 a população não sabe o quanto é danoso oferecer bebidas 
açucaradas ou bolachas doces com alto índice de gordura
 para elas. Isso dificulta a formação de um paladar para 
verduras e legumes.
Pela primeira vez desde que começou a ser feito, o Vigitel 
incluiu indicadores relacionados ao tempo livre gasto diante 
de telas de computador, tablets e celulares. Entre aqueles que
 foram entrevistados, 19,5% afirmaram utilizar esses equipamentos
 por três ou mais horas por dia. Já os dados sobre tabagismo trazem 
um bom resultado: o percentual de fumantes, que em 2008 era de 
12,4%, no último ano da pesquisa passou para 7,3%, o que representa
 uma diminuição de 26%.


Lei

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