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11.26.2008
MAIS QUALIDADE NOS EXAMES DE MAMOGRAFIA
Cerca de seis em cada dez mamografias realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil contêm erros. Sujeiras, impressões digitais, revelações mal feitas, chapas tremidas ou riscadas, filmes inadequados e o uso errado do aparelho são alguns dos problemas mais comuns, que dificultam o diagnóstico correto do câncer de mama, de acordo com um projeto-piloto de Qualidade dos Serviços de mamografia do SUS realizado em 53 unidades nos municípios de Porto Alegre, Belo Horizonte e Goiânia, e no estado da Paraíba.
Hoje, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) entrega ao Ministério da Saúde uma proposta para a criação de um Programa Nacional de Qualidade de Mamografias, com uma portaria de credenciamento e do monitoramento dos exames.
“De nada adianta incentivarmos os exames de detecção precoce se eles não forem precisos, apontarem exatamente o que se passa no corpo da mulher”, disse Lírio Cipriani, diretor-executivo do Instituto Avon, que apoiou financeiramente o projeto, realizado pelo Inca, Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Principais erros encontrados
De acordo com o levantamento realizado nos 53 postos do Sistema Único de Saúde (SUS) nos municípios de Porto Alegre, Belo Horizonte e Goiânia, e no estado da Paraíba as falhas são muitas. O estudo analisou a qualidade dos equipamentos, das avaliações de radiologistas e dos profissionais envolvidos no exame.
Ficou constatado que apenas 66% dos serviços de mamografia estavam com a infra-estrutura de acordo com as normas e padrões de qualidade recomendados pela Anvisa e pelo Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR).
Para os processos que controlam a qualidade da imagem e dose de radiação a conformidade foi de 76%. Em relação às mamografias, o percentual de conformidade para os exames apresentados pelos serviços foi de 93% para o posicionamento correto e de 90% para a qualidade da imagem. Em relação à interpretação, pelos radiologistas dos serviços, das imagens radiológicas de um conjunto de exames, o grau de concordância foi de 72% em relação a interpretação dos especialistas do Colégio Brasileiro de Radiologia.
O que deve melhorar no SUS
Segundo o estudo, aspectos relacionados à infra-estrutura, dose de radiação e qualidade da imagem precisam ser aprimorados em muitos serviços. É necessário também implantar ações de capacitação continuada de técnicos e radiologistas com o objetivo de melhorar a qualidade dos exames (posicionamento da paciente e técnica radiográfica) e da interpretação radiológica.
“O câncer de mama tem cura e o diagnóstico precoce garante que 98% dos casos sejam curados”, destaca a mastologista Rita Dardes, diretora-médica do Instituto Avon. “Mamografias feitas regularmente reduzem em até 35% o risco de mortalidade”, explica a diretora médica, ciente da importância da qualidade das mamografias.
De acordo com o INCA, que não se pronunciou sexta-feira sobre os resultados do projeto-piloto, serão entregues a representantes das vigilâncias sanitárias dos estados que participaram do projeto kits de equipamentos de avaliação da qualidade das várias etapas da realização do exame.
Fonte:O dia
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