11.29.2008

QUALIDADE DE VIDA E O CÂNCER

Há alguns anos, a preocupação dos médicos em relação ao câncer era a sobrevivência dos pacientes. Hoje, o foco do tratamento mudou, isto é, a preocupação inclui a qualidade de vida que o paciente com câncer vai ter durante e após o tratamento oncológico.

Qualidade de vida e bem-estar são essenciais não só para todas as pessoas, evidentemente, mas daremos aqui realce à qualidade de vida de pacientes com câncer, porque consideramos estes elementos como fundamentais.

Qualidade de vida é resultado da combinação de fatores subjetivos (como o grau de satisfação geral de um indivíduo com a própria vida) e de fatores objetivos, como o bem-estar material, boas relações familiares, disposição para tratamento do câncer, a segurança em relação ao acompanhamento médico, enfim, vários itens que somados proporcionam tranqüilidade, confiança, segurança, bem-estar. A qualidade de vida precisa suprir as necessidades humanas integrais, em seus aspectos físicos, psicológicos, sociais e espirituais.

O sucesso dessa busca depende, antes de tudo, da vontade e do comprometimento com a ação por parte de cada um. A qualidade de vida está presente, quando cada um se volta para a busca de novos caminhos para uma vida mais saudável em todos os aspectos e assume, com responsabilidade, que o momento atual é o mais importante porque irá delinear nossas condições futuras de vida.

O simples fato de repensar e re-avaliar os hábitos na busca de uma vida mais saudável, mais feliz já é um passo importante. Parar para refletir sobre os valores e escolhas e tentar descobrir formas de encontrar bem-estar social, físico, emocional e espiritual são passos importantes para você atingir seus objetivos. Evidentemente, este processo não é tão rápido quanto gostaríamos que fosse e pode ter momentos de altos e baixos. Isso é normal. O fundamental é criarmos formas de nos lembrar de nosso objetivo maior que é conseguir uma vida mais alegre, feliz e direcionada ao bem-estar.

Não podemos nos esquecer de que o estresse está cada vez mais presente na vida das pessoas e um paciente com câncer, esteja em fase de tratamento ou não, está mais suscetível ao estresse. O ideal é buscar alternativas que nos permitam equilibrar o corpo, a mente e possibilitem a descoberta de mais energia para encarar o dia-a-dia.

Existem algumas dicas de médicos de várias especialidades, professores, preparadores físicos que consideramos interessantes. São elas:


1. Tenha em mente que nenhum tratamento irá funcionar se você não abandonar seus vícios, a começar pelo cigarro.

2. Alimente-se em pequenas quantidades a cada três horas e mastigue o alimento o mais devagar possível;

3. Se o médico autorizar, faça alguma atividade física com freqüência, por exemplo, três vezes por semana. A regularidade traz mais benefícios à saúde do que a intensidade da atividade física.


3. Evite se expor a situações que causem estresse ou nervosismo. Em situações de como estas, experimente bocejar e espreguiçar.

4. Dedique pelo menos alguns minutos do dia à meditação e ao relaxamento. Escolha um local silencioso, sente-se numa posição confortável e se esqueça da vida;

5. Faça elogios com mais freqüência. Essa tática funciona como um ímã e faz com que todos queiram estar a seu lado.

6. Seja paciente com seu corpo.

7. Procure criar situações simples que permitam relaxar. Por exemplo, olhar para o céu com atenção, observar algum animal ou passarinho.

8. Reclamar da vida não ajuda em nada e acaba gerando estresse a você a às pessoas que estão à sua volta.

9. Seja otimista. Lembre-se de que todas as crises são passageiras e que os obstáculos existem para serem superados.

Transcrevemos abaixo um texto de Jacob Kligerman (diretor do INCA), publicado pela Revista Brasileira de Cancerologia - Volume 45 n°2 Abr/Mai/Jun 1999, INCA - Ministério da Saúde


Câncer e Qualidade de Vida

Cancer and Quality of Life

Tradicionalmente, a eficácia terapêutica é avaliada, em pesquisa oncológica, por parâmetros biomédicos, como diminuição do tumor, intervalo livre de doença e toxicidade. Mas os resultados do tratamento do câncer precisam também ser medidos em termos do que ele traz de limitações físicas e psicológicas ao paciente. Daí, a necessidade de se estabelecer o impacto da doença, e do seu tratamento, sobre a qualidade de vida do doente.

Desde que se reconheceu essa necessidade, sobrevida e qualidade de vida passaram a ser os dois principais objetivos do tratamento do câncer.

Na análise dos dados de um estudo, a qualidade de vida pode ser vista sob dois ângulos: um em que ela tem menor peso do que a sobrevida; e outro, pelo qual dois paradigmas (nos quais se assenta a autonomia do paciente) devem ser objetivamente expressos, para que possam medidos: a idéia popular do que é bom e as medidas do bem-estar individual.

Fonte: ONCOGUIA

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