4.02.2012

Própolis tem propriedades que protegem a colmeia de fungos e bactérias.

Abelhas usam própolis para fazer automedicação

Substância tem propriedades contra fungos e bactérias.
Descoberta pode ter aplicação na apicultura.

Do Globo Natureza, em São Paulo

O própolis na natureza é esta resina amarelada que aparece na imagem (Foto: Divulgação)O própolis na natureza é esta resina amarelada
que aparece na imagem (Foto: Divulgação)
Se você toma própolis ao menor sinal de dor de garganta, saiba que está usando este produto da forma correta, do ponto de vista das abelhas. Um estudo publicado recentemente mostra que os insetos usam o própolis em uma forma de automedicação.
O própolis é uma mistura de cera com resinas de plantas, que é produzido normalmente por abelhas – selvagens ou domesticadas – e tem propriedades que protegem a colmeia de fungos e bactérias.
A pesquisa da Universidade do Estado da Carolina do Norte, nos EUA, publicada pela revista científica “PLoS One” mostra que a produção da substância aumenta em média 45% quando a colmeia é atingida por um tipo de fungo parasita.
Se o fungo é de um tipo que não oferece perigo às abelhas, a produção de própolis continua normal. Além disto, as larvas infectadas pelo fungo são retiradas da colmeia, mais um sinal do cuidado que as abelhas têm com a saúde da comunidade.
A automedicação, no entanto, tem seus limites. Quando alguma bactéria infecta a colmeia, o aumento na produção de própolis não é significativo – e a substância tem propriedades que ajudariam na defesa das abelhas.
A descoberta pode ser útil para os criadores de abelha. “Historicamente, os criadores norte-americanos preferem colônias com menos resina, porque ela é grudenta e dificulta o trabalho”, afirmou Michael Simone-Finstrom, autor do estudo, em material de divulgação.
“Agora sabemos que vale a pena promover esta característica, porque oferece às abelhas alguma defesa natural”, completou o pesquisador.

Própolis

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Própolis
Própolis
Abelha operária (Apis mellifera) coletando própolis verde de alecrim-do-campo (Baccharis dracunculifolia)(Foto: Michel Stórquio Belmiro)
Própolis é uma substância resinosa obtida pelas abelhas através da colheita de resinas da flora (pasto apícola) da região, e alteradas pela ação das enzimas contidas em sua saliva. A cor, sabor e o aroma da própolis variam de acordo com sua origem botânica e vem do mel.
A palavra "propolis" vem do grego: ["pro"=em favor de] + ["polis"=cidade], isto é, para o bem, em defesa da cidade, no caso, a colmeia. Escreve-se O ou A Própole.
Os gregos chamavam própolis às portas de uma cidade, voz tomada pelo prefixo ‘pro-‘ e ‘polis’ (cidade). Mais tarde, Plínio empregou esta palavra em latim para dar nome à cera – extraída da polpa das árvores – com a qual as abelhas recobrem a entrada de suas colméias a fim de protegê-las contra fungos e bactérias.
As propriedades antibióticas e fungicidas desta substância, que em nossa língua se chama própole, eram conhecidas desde a mais remota antiguidade pelos sacerdotes egípcios e pelos médicos gregos e romanos, assim como por algumas culturas sul americanas.
Própolis, ou própole, está vinculada através de ‘polis’ com muitas outras palavras da nossa língua, tais como político (relativo à cidade)e metrópole (cidade principal).‘Polis’ provém do sânscrito ‘pur’ (cidade fortificada), que se encontra no nome de Singapura (cidade dos leões).

Composição

Própolis
Sua composição é de 55% resinas vegetais; 30% cera de abelhas; 8 a 10% de óleos essenciais; e 5% de pólen aproximadamente.
A diferença entre os tipos de própolis está vinculada à sua origem botânica e à espécie de abelha que a produziu. A própolis verde do Brasil está associada a planta Baccharis dracunculifolia, conhecida também como alecrim-do-campo, onde é nativo[1],[2],[3].
Dos mais de 200 compostos químicos já identificados na própolis, entre os principais compostos ativos podemos citar os compostos flavonóides, ácidos aromáticos, terpenóides, aldeídos, álcoois, ácidos alifáticos e ésteres, aminoácidos, esteróides, açúcares, etc.

Uso na colmeia

É utilizada pelas abelhas de diversas formas:
  • Para proteger a colmeia de intrusos e do frio, mantendo a temperatura ideal para suas crias, fechando frestas e diminuindo o tamanho da entrada;
  • Para desinfetar o interior da colmeia e os alvéolos onde a abelha rainha faz a postura dos ovos;
  • Quando um intruso é abatido e não pode ser retirado do interior da colmeia, as abelhas cobrem o intruso com própolis, evitando que sua putrefação contamine o ninho.
Foi recentemente mostrado que as abelhas puderam sobreviver por um tempo mais longo quando tinham usado a própolis para selar as fendas da colmeia. Isso é provavelmente porque a própolis, feito de 50 % resina, contém bastantes moléculas com funções antibióticas[4].

Uso pelo Homem

A própolis possui diversas propriedades biológicas e terapêuticas.
Desde a Antigüidade a própolis já era utilizada como medicamento popular no tratamento de feridas e infecções. As histórias das medicinas das civilizações Chinesa, Tibetana, Egípcia e também a Greco-Romana são ricas, todas contendo em seus escritos antigos centenas de receitas onde entram principalmente mel, própolis, larvas de abelhas e às vezes as próprias abelhas, para curar ou prevenir enfermidades. A própolis é conhecida como um poderoso antibiótico natural.
Hoje a própolis é utilizada com maior freqüência na prevenção e tratamento de feridas e infecções da via oral, também como antimicótico e cicatrizante. Estudos mais recentes indicam eficiente ação de alguns de seus compostos ativos com ação imuno-estimulante e antitumoral.

Propriedades

Entre suas propriedades podemos citar:

Antimicrobiana

  • Ghisalberti, Bee World, 60, 59-84, 1979
  • Park et. al., Current Microbiology, 36, 24-28, 1998;

Antifúngica

  • Millet - Clerc et. al., Plant. Med. Phytother, 21, 3-7, 1987;
  • Kujumgiev et. al., 64 (2), 235-240, 1999;
  • Silici et al J. Pharmacol. Sci. 99, 39 , 2005;em linha

 Antivirótica

  • Esanu et. al., Virologie, 32, 213-215, 1981;

Antiprotozoário

  • Scheller et. al. Arzneim - Forsch. Drug., 30, 1847-1848, 1980;
  • Towers et. al. Rev. Cuban Cienc. Vet., 15-19, 1990;

Bactericida e bacteriostática

  • Focht et. al. - Arzneimitteln Forschung 43-II (8) 921-923, 1993;

Anestésica

  • Ghisalberti, 1979
  • Paintz and Metzner, 1979;

Antiinflamatória

  • Olinescu, Stud. Cercet. Biochim., 34, 19-25, 1991;

Antioxidante[5]

  • Yanishlieva & Marinova, Kharanitelnopr. Nauka, 2, 45-50, 1986;

Cicatrizante e regeneração de tecidos

  • Stojko et. al., Arzneim - Forsch. Drug Rês., 28, 35-37, 1978;

 Anti-sépticas e hipotensivas

  • Ghisalbert, Bee World, 60, 59-84, 1979;

Tratamento de gengivites

  • Magro Filho et. al., 32, 4-6, 1990;

 Atividade hepatoprotetora e agente anti-úlceras

  • Kabanov et. al., Sov. Med., 6, 92-96, 1989;

Estimuladora do sistema imunológico

  • Manolova, et al, 1987;
  • Moriyasu, et al, 1993;
  • Harish, et al, 1997;

Ação inibidora na multiplicação de células tumorais

  • Matsuno et. al. 1992;
  • Kimoto et. al. 1995;

Referências

  1. Barth O M. 2004 Melissopalynology in Brazil: a review of pollen analysis of honeys, propolis and pollen loads of bees Sci. Agric.(Piracicaba, Braz.), 61:342-350
  2. Revista Brasileira de Farmacognosia
  3. Denise Pimenta da Silva Leitão, Ademar Alves da Silva Filho, Ana Cristina Morseli Polizello, Jairo Kenupp Bastos and Augusto César Cropanese Spadaro, 2004. Comparative Evaluation of in-Vitro Effects of Brazilian Green Propolis and Baccharis dracunculifolia Extracts on Cariogenic Factors of Streptococcus mutans, Biol. Pharm. Bull., Vol. 27, 1834-1839
  4. Simone M, Evans JD, Spivak M. Resin collection and social immunity in honey bees. Journal of Organic Evolution. Online pub (2009).
  5. Peña, R.C. 2008 Propolis standardization: a chemical and biological review. Cienc. Inv. Agr. [online].35(1): [cited 29 August 2008],17-26. Available from World Wide Web: <http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0718-16202008000100002&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0718-1620


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