12.22.2012

A mente inquieta não trabalha a nosso favor

Olhar com liberdade

Por Liliane Moura Martins
Quando condenamos ou justificamos não podemos ver claramente, pois nesse momento nossas mentes estão tagarelando sem parar. Dessa forma, não observamos o que é, apenas vemos as projeções que nós mesmos fizemos. Passamos pelo mundo sem ao menos viver a vida. E o que é a vida? Eu sou vida! Você é vida! Como podemos vivê-la se nossas mentes não estão livres? Livres de amarras, livre de opiniões, julgamentos e valores. Concordamos e discordamos o tempo todo, disputando por simples palavras em uma eterna competição de egos e poderes.

Não há outra saída a não ser querer observar o próprio movimento de sua mente e coração e agir de acordo. Acompanhar esse movimento com a intenção de compreender o projeto de cada ser e tentar viver o que está sendo observado, conhecendo o seu conteúdo, sua natureza e sua estrutura.

Para compreender qualquer coisa no mundo, você deve viver com ela! E para compreender o mundo, as pessoas, temos que viver primeiro com nós mesmos. Não somos estáticos, e sim vivos, estamos em movimento. Somos a própria vida sendo vivida.

Corremos por aí sem ao menos olharmos nos olhos uns dos outros, em uma busca incontrolável de coisas e pertences que nem sabemos ao certo por que e para que servirão em nossas vidas. Esquecemos de conhecer profundamente o que olhamos, porque olhamos sem ver. Vemos sem enxergar. E só observando poderemos viver o saber e a importância de cada ser e de cada situação em nossas vidas.

Olhar simplesmente e observar... 

Construímos uma imagem do que pensamos que somos ou deveríamos ser, e essa imagem nos impede de ver como somos realmente. Por nossas mentes serem muito complexas, perdemos a qualidade da simplicidade. A simplicidade de poder olhar diretamente para as coisas, sem medo. De poder olhar para nós mesmos e nos ver como de fato somos, sem qualquer distorção.

Quando observarmos que aprendemos desde crianças a ser feixes de memórias, ideias, experiências e tradições, veremos que paramos de aprender sobre nós mesmos.

No momento em que você chega a uma conclusão ou começa a examinar a partir do conhecimento da memória, do aprendizado da infância, está acabado, porque você está traduzindo toda coisa nova em termos do antigo, está se baseando apenas no conhecido, e não no observado, ao passo que, se você não tiver base, se não houver certeza, nem realização, haverá liberdade para olhar, para realizar. E quando você olha com liberdade é sempre novo. E o novo é pura motivação para o seu melhor aparecer!

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