O governo federal vai disponibilizar R$ 7 bilhões para a concessão de crédito a
empresas brasileiras com projetos inovadores no campo da saúde, além da
injeção de R$ 1,3 bilhão na infraestrutura de laboratórios públicos.
No encontro, também foram assinados
acordos de cooperação entre Anvisa, INPI e ABNT para dar celeridade ao
processo de concessão de patentes e registro a produtos prioritários
para a saúde pública. O pacote de medidas visa tornar o mercado de Saúde
brasileiro mais pujante e independente em relação ao mercado externo.
Com isso, será possível reduzir o déficit do setor, que atualmente está
em R$ 10,5 bilhões.
Além do ministro Padilha, participaram
da reunião os ministros do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior
(Mdic), Fernando Pimentel, e de Ciência e Tecnologia (MCTI), Marco
Antonio Raupp, e os presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, da Fiesp, Paulo Skaf, e da
FINEP, Glauco Arbix.
ACESSO A TRATAMENTOS –
Por meio das parcerias para o desenvolvimento produtivo (PDP) entre
laboratórios públicos e privados, o Ministério da Saúde quer garantir o
acesso a tratamentos de alto custo e ampliar o atendimento aos pacientes
do Sistema Único de Saúde (SUS). Com os novos acordos, estarão em vigor
um total de 63 parcerias entre 15 laboratórios públicos e 35 privados
para a produção nacional de 61 medicamentos e seis equipamentos. Estima-se que essas PDPs resultem em uma economia anual aproximada de R$ 2,5 bilhões para o Ministério da Saúde.
As oito novas parcerias preveem a
transferência de tecnologia para produção de cinco medicamentos, uma
vitamina e quatro equipamentos que, atualmente, são consumidos por quase
754 mil pessoas. A maior parte desses produtos é importado pelo
Ministério da Saúde e ofertado no Sistema Único de Saúde.
O laboratório público paulistano
Fundação para o Remédio Popular (Furp) está envolvido em três novas
parcerias para a produção de um medicamento e quatro equipamentos com
diferentes parceiros. Em parceria com a EMS/Nortec, a Furp vai produzir
um medicamento contra o mal de Alzheimer, a Galantamina. Com a
Firstline, vai fabricar espirais de platina, usadas nas cirurgias de
aneurisma cerebral. E com a Politec, produzirá três aparelhos auditivos.
Além da Furp, o Laboratório Farmacêutico
do Rio Grande do Sul, em parceria com a Cristália, vai produzir três
medicamentos para malária e leishmaniose, doenças chamadas de
“negligenciadas”: cloroquina, anfotericina B e anfotericina B
lipossomal. Serão ainda travadas parcerias entre o Laboratório
Farmacêutico da Marinha e o Núcleo de Pesquisas Aplicadas Ltda com três
laboratórios privados (EMS, Geolab e Blanver) para a produção de um
polivitamínico usado para anemia profunda indicado para crianças até 3
anos. Já a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o laboratório privado
NTPharm vão produzir o antirretroviral (HIV Aids) darunavir.
Pelos acordos, os laboratórios
estrangeiros se comprometem a transferir, aos laboratórios brasileiros, a
tecnologia para a produção nacional do medicamento ou da vacina, dentro
de um prazo de cinco anos. Como contrapartida, o governo garante
exclusividade na compra desses produtos – pelos menores valores cotados
no mercado mundial – durante esse mesmo período.
Outra iniciativa envolvendo laboratório
público é o acordo entre o Instituto Butantan e a Empresa Brasileira de
Hemoderivados (Hemobrás) para cooperação técnico-científica no
desenvolvimento de pesquisas e produtos derivados do plasma humano e
medicamentos biotecnológicos. A ideia é unir a qualidade de produção da
Hemobrás, a expertise em pesquisa do Butantan e a Política Nacional de
Sangue, que garante universalização da assistência hemoterápica.
FINANCIAMENTO – Também
foram lançados nesta quinta-feira (11) dois editais do BNDES, da Finep e
do Ministério da Saúde de seleção pública de planos de negócio de
empresas com projetos inovadores voltados ao desenvolvimento do que há
de mais modernos em termos de medicamentos, os chamados biológicos, que
tratam doenças como câncer e atrite, além de medicamentos tradicionais e
equipamentos de saúde.
O programa, batizado de Inova Saúde, envolve R$ 2 bilhões de recursos. O ministério vai selecionar os melhores projetos que envolvem produtos prioritários para o SUS. Além disso, o BNDES lança a terceira etapa do programa Profarma, que cria uma linha de financiamento envolvendo R$ 5 bilhões para apoiar empresas com projetos de desenvolvimento de biotecnológicos no Brasil.
O programa, batizado de Inova Saúde, envolve R$ 2 bilhões de recursos. O ministério vai selecionar os melhores projetos que envolvem produtos prioritários para o SUS. Além disso, o BNDES lança a terceira etapa do programa Profarma, que cria uma linha de financiamento envolvendo R$ 5 bilhões para apoiar empresas com projetos de desenvolvimento de biotecnológicos no Brasil.
PATENTES – Durante o
evento, o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI)
formalizou o compromisso com o Ministério da Saúde de dar prioridade à
análise da patente de produtos estratégicos para o SUS, conforme
resolução publicada na última terça-feira (9). Com isso, a expectativa é
que o tempo de análise de patentes seja reduzido de 9 anos para 9
meses.
Estão inseridos no grupo dos produtos
estratégicos para SUS, por exemplo, medicamentos para câncer, AIDS e
doenças negligenciadas. A iniciativa estimula a inovação e pode
facilitar a discussão sobre o preço de um novo produto ou abre caminho
para a produção de genéricos.
Na reunião, foram assinados ainda três
acordos de cooperação. Os ministérios do Desenvolvimento Indústria e
Comércio Exterior, da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), se comprometeram a elaborar estratégias para agilizar os
processos para registro de novos produtos e para a autorização de
funcionamento de plantas industriais para investidores nacionais e
estrangeiros interessados em implantar novos empreendimentos no país.
Também foi assinado acordo com a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Associação Brasileira
da Indústria de Equipamentos e Artigos Médicos, Odontológicos,
Hospitalares e de Laboratórios (ABIMO), para divulgar à indústria
nacional as normas técnicas internacionais específicas para produção de
equipamentos e medicamento e, assim, preparar as empresas para competir
no mercado global.
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