Pesquisa lança luz sobre a causa do comportamento compulsivo
Cientistas alteraram um gene que seria responsável pelo transtorno
Pela ação do circuito do cérebro que controla o comportamento
compulsivo, neurocientistas do Massachusetts Institute of Technology
(MIT) mostraram que é possível bloquear a reação em camundongos - um
resultado que poderia ajudar pesquisadores a desenvolver novos
tratamentos para doenças como o transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e a
síndrome de Tourette.
Pacientes geralmente recebem antidepressivos e medicamentos contra ansiedade, além de terapia comportamental ou a combinação de terapia e medicação. Para aqueles que não respondem ao tratamento, uma nova alternativa é a estimulação profunda do cérebro, que provoca impulsos elétricos por meio de um marcapasso implantado no cérebro.
Para este estudo, a equipe do MIT usou optogenética (uma técnica de manipulação óptica neuronal) para controlar a atividade dos neurônios. Esta técnica ainda não está pronta para utilização em humanos, dizem os pesquisadores, mas estudos como este poderiam ajudá-los a identificar os padrões da atividade cerebral que sinaliza o início do comportamento compulsivo.
- Não é necessário provocar o estímulo o tempo todo. É possível fazer isso de uma maneira muito sutil - disse a professora do MIT, Ann Graybiel, membro do Instituto de Pesquisa do Cérebro McGovern e coautora do estudo, publicado na revista “Science”.
Controlando a compulsão
O foco do trabalho foi no gene Sapap3, que codifica uma proteína encontrada nas sinapses dos neurônios no corpo estriado - uma parte do cérebro relacionada ao vício e a problemas no comportamento repetitivo, além de funções normais, como a tomada de decisões, planejamento e resposta.
Os pesquisadores usaram uma estratégia de condicionamento pavloviano, em que um evento neutro (um sinal sonoro) é acompanhado com um estímulo que provoca o comportamento desejado - neste caso, uma gota de água no nariz do camundongo caía antes de começar um treinamento. Esta estratégia foi baseada no trabalho terapêutico de pacientes com TOC.
Depois de várias tentativas, tanto os camundongos normais quantos os com o gene eliminados foram condicionados à situação. Entretanto, depois de certo ponto os comportamentos começaram a divergir: os normais esperavam a água cair para começar o treinamento. Isto é um tipo de comportamento conhecido como otimização, porque evita um esforço desnecessário por parte do animal.
Este comportamento nunca aparecia nos camundongos com gene alterado, que continuavam a treinar assim que ouviam o som, sugerindo que a habilidade de parar o comportamento compulsivo tinha sido prejudicada.
Os pesquisadores sugerem que esta falha na comunicação do corpo estriado com o cérebro é responsável pelo comportamento. Para testar a ideia, eles estimularam as células do córtex com a luz quando o som tinha sido interrompido, e os camundongos também pararam o comportamento compulsivo. Ainda assim, podiam voltar ao treinamento se sentissem a água cair.
- Pela ativação deste caminho, fomos capazes de provocar um comportamento inibidor, que parecia ser desfuncional nos animais - disse Eric Burguière, autor principal do estudo.
Graybiel e Burguière estão agora buscando marcadores da atividade cerebral que poderiam revelar quando o comportamento compulsivo está prestes a começar, ajudando assim a guiar futuros tratamentos para estimulação profunda do cérebro de pacientes com TOC.
Pacientes geralmente recebem antidepressivos e medicamentos contra ansiedade, além de terapia comportamental ou a combinação de terapia e medicação. Para aqueles que não respondem ao tratamento, uma nova alternativa é a estimulação profunda do cérebro, que provoca impulsos elétricos por meio de um marcapasso implantado no cérebro.
Para este estudo, a equipe do MIT usou optogenética (uma técnica de manipulação óptica neuronal) para controlar a atividade dos neurônios. Esta técnica ainda não está pronta para utilização em humanos, dizem os pesquisadores, mas estudos como este poderiam ajudá-los a identificar os padrões da atividade cerebral que sinaliza o início do comportamento compulsivo.
- Não é necessário provocar o estímulo o tempo todo. É possível fazer isso de uma maneira muito sutil - disse a professora do MIT, Ann Graybiel, membro do Instituto de Pesquisa do Cérebro McGovern e coautora do estudo, publicado na revista “Science”.
Controlando a compulsão
O foco do trabalho foi no gene Sapap3, que codifica uma proteína encontrada nas sinapses dos neurônios no corpo estriado - uma parte do cérebro relacionada ao vício e a problemas no comportamento repetitivo, além de funções normais, como a tomada de decisões, planejamento e resposta.
Os pesquisadores usaram uma estratégia de condicionamento pavloviano, em que um evento neutro (um sinal sonoro) é acompanhado com um estímulo que provoca o comportamento desejado - neste caso, uma gota de água no nariz do camundongo caía antes de começar um treinamento. Esta estratégia foi baseada no trabalho terapêutico de pacientes com TOC.
Depois de várias tentativas, tanto os camundongos normais quantos os com o gene eliminados foram condicionados à situação. Entretanto, depois de certo ponto os comportamentos começaram a divergir: os normais esperavam a água cair para começar o treinamento. Isto é um tipo de comportamento conhecido como otimização, porque evita um esforço desnecessário por parte do animal.
Este comportamento nunca aparecia nos camundongos com gene alterado, que continuavam a treinar assim que ouviam o som, sugerindo que a habilidade de parar o comportamento compulsivo tinha sido prejudicada.
Os pesquisadores sugerem que esta falha na comunicação do corpo estriado com o cérebro é responsável pelo comportamento. Para testar a ideia, eles estimularam as células do córtex com a luz quando o som tinha sido interrompido, e os camundongos também pararam o comportamento compulsivo. Ainda assim, podiam voltar ao treinamento se sentissem a água cair.
- Pela ativação deste caminho, fomos capazes de provocar um comportamento inibidor, que parecia ser desfuncional nos animais - disse Eric Burguière, autor principal do estudo.
Graybiel e Burguière estão agora buscando marcadores da atividade cerebral que poderiam revelar quando o comportamento compulsivo está prestes a começar, ajudando assim a guiar futuros tratamentos para estimulação profunda do cérebro de pacientes com TOC.
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